A casa simples, em uma rua estreita no bairro Jardim Atlântico, estava em festa. Por volta das 20h30min, Hemerson Maria chegava com a tão esperada notícia. Ele acabara de voltar de uma reunião com o presidente João Nilson Zunino e o gerente de Futebol Júlio Rondinelli, em que foi acertado seu retorno ao Avaí.

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A esposa, Eliane, que esperava um sinal de fumaça desde às19h, já não conseguia conter a ansiedade. A filha mais nova, de 4 anos, ainda que não entendesse bem o que se passava, corria pelo quintal da casa com uma felicidade “fora do normal”. Depois de seis meses morando longe, o homem de família Hemerson Maria estava de volta.

Precavido, o novo técnico do Avaí era o único que não conseguia sorrir tranquilo. Evitou falar muito, relutou até aceitar ser fotografado. Ao deixar o Crac, clube que disputa a Série C e o recebeu de braços abertos em março, Hemerson Maria deixou também grandes amigos.

– Não quero sair pela porta dos fundos. Ainda não consegui falar com o presidente (do Crac, José Silvano), e não queria que ele soubesse por outra pessoa – explicou o novo técnico do Avaí.

Hemerson Maria foi anunciado como o novo treinador do clube azurra por volta das 19h. A notícia publicada no site logo tomou conta das redes sociais e fez a alegria dos torcedores, que na terça-feira, mesmo antes da saída de Ricardinho, já pediam a volta do técnico campeão estadual em 2012.

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A nova contratação foi um alento para a grande massa avaiana, que desde a saída de Hemerson Maria, em setembro do ano passado, não teve grandes motivos para comemorar. A esperança é que, junto com o treinador, voltem as alegrias.

Em frente à casa de sua mãe, no Bairro Jardim Atlântico, em Florianópolis, o novo técnico do Avaí conversou com o Diário Catarinense e revelou a emoção de estar de volta à Ressacada

Diário Catarinense – Feliz, emocionado, qual é a sensação de voltar ao Avaí?

Hemerson Maria – A ficha ainda não caiu. Estou muito feliz, eu sempre soube que voltaria. Não esperava que fosse tão cedo, mas a proposta foi irrecusável por vários motivos. Desta vez, não tive como dizer não.

DC – Que motivos foram esses?

Hemerson Maria – Questões pessoas. Eu sentia muita saudade da minha família, da minha filha pequena, que é muito ligada a mim. Foi difícil explicar ao Crac, ainda não avisei ao presidente. Mas não tinha como perder a chance de treinar um time de Série B, voltar a viver perto das pessoas que eu amo. Tudo isso pesou.

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DC – A diretoria fez a vontade da torcida. O que isso significa para você?

Hemerson Maria – Acho que traz ainda mais responsabilidade. O mesmo torcedor que aplaude hoje, pode vaiar amanhã se não vierem os resultados. O carinho da torcida é importante, mas não garante nada. Eu quero trabalhar bem para continuar sendo querido.

DC – Já pode dizer quando será a apresentação oficial?

Hemerson Maria – Não sei, foi tudo muito rápido. Vou comprar uma passagem para Catalão (cidade em que treinava o Crac), tenho que resolver muita coisa por lá. E ao retornar, pensarei na apresentação. Por enquanto, quero resolver bem minha saída do Crac, fui muito bem recebido e quero deixar o clube pela porta da frente.