O fim da temporada de verão representa uma mudança profunda no dia a dia de Bombinhas. O balneário, que registrou uma população flutuante de mais de 130 mil pessoas entre dezembro e o feriado de Carnaval, volta aos 14,2 mil moradores. A cidade se transforma. Segundo levantamento do IBGE, em Bombinhas, 64,8% dos imóveis ficarão o resto do ano fechados. É o maior índice de desocupação na região. Para a administração pública, o desafio é tornar o município viável quando o verão chega ao fim.

Continua depois da publicidade

Embora o calor permita que alguns visitantes estendam a estadia até março _ em especial os argentinos _ a cidade já sente a diferença no movimento. Em restaurantes e cafés, a maioria das mesas está vazia.

– Vamos abrir direto até a Páscoa. Depois, só nos finais de semana. Mesmo assim, até setembro é prejuízo na certa – diz Valdemar Steckert, dono de um café na Avenida Manoel José dos Santos, a principal via do Centro.

Além de reduzir os estoques, o quadro funcional cai 80% quando acaba temporada. De 10 funcionários, apenas dois passam a atender os clientes. O desemprego, porém, não atinge os moradores de Bombinhas. Grande parte dos trabalhadores temporários vem de outros municípios, dispostos a voltar para casa quando os turistas vão embora.

Continua depois da publicidade

O comportamento se repete em boa parte do comércio na cidade. Segundo dados da Secretaria Municipal da Fazenda, mais da metade das lojas e restaurantes terão fechado até o final de março. Algo previsto, já que o município concede muitos alvarás provisórios para comerciantes.

Para Francisco de Aguir Maciel, presidente da Associação Empresarial de Bombinhas (AEMB), o ideal seria que os empresários se fixassem na cidade. A associação reivindica ao poder público um reajuste no valor do alvará provisório, para encorajar a permanência do comércio no município.

Hoje, o alvará temporário custa em média 40% a mais do que o definitivo, concedido anualmente por até R$ 780. Para a AEMB, o valor deveria ser três vezes maior para os provisórios:

Continua depois da publicidade

– Estes comerciantes vêm no período favorável, ganham seu dinheiro e vão embora, não reinvestem no município. Muitos trazem até os funcionários. Queremos parceiros que permaneçam conosco o ano todo – afirma Maciel.

>>> Leia a reportagem completa na edição desta quinta-feira do Santa<<<