Convocada a depor nesta segunda-feira, a ex-diretora da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Denise Abreu, não compareceu ao 27º Distrito Policial de São Paulo. Essa foi a terceira data agendada pela Polícia Civil do Estado desde dezembro. O inquérito, que já soma 27 volumes de documentos, investiga as causas do acidente com o Airbus da TAM proveninente de Porto Alegre, no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, que matou 199 pessoas em julho de 2007. O depoimento estava agendado para as 14h. Segundo a Polícia Civil, por volta das 11h, o advogado de Denise, Roberto Podval, pediu que fosse remarcado para Brasília, onde a ex-diretora reside. A solicitação foi aceita e a data para o depoimento terá de ser agendada em conjunto pela Polinter de São Paulo e Distrito Federal.
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De acordo com a Polícia Civil, o depoimento de Denise foi agendado pela primeira vez para 3 de dezembro. Diante da demora da Anac em fornecer o endereço da ex-diretora, a polícia teria contatado parentes de Denise, em São Paulo, informando-os da intimação. Alegando não ter sido informado da primeira convocação a tempo de estudar o inquérito, seu advogado pediu que o depoimento fosse adiado. Foi agendada uma segunda data, 21 de dezembro. No dia, porém, Podval apresentou novo pedido de adiamento, desta vez, alegando problemas de saúde.
Segundo a assessoria de imprensa de Denise, a ex-diretora não tem problema em prestar depoimento. O advogado dela comentou que quanto antes ela for ouvida e o inquérito chegar ao fim, melhor para sua cliente. Ele disse que a falta do depoimento da ex-diretora da Anac não atrapalha o andamento do inquérito, já que outras pessoas serão ouvidas e ainda faltam laudos técnicos. Sua assessoria atribuiu o primeiro adiamento a uma “confusão” no fornecimento do endereço da ex-diretora.
Em meados de dezembro, o Ministério Público Federal (MPF) em São Paulo denunciou Denise e o ex-presidente da Anac, Milton Zuanazzi à Justiça. A razão foi a divulgação, na página da agência na internet, de uma norma que estabelecia procedimentos de pouso em pista molhada no Aeroporto de Congonhas. A norma, que não tinha valor por não ter sido aprovada pela diretoria colegiada do órgão, também foi entregue à Justiça para que constasse nos autos de outra ação judicial, na qual o MPF pedia a interdição da pista de Congonhas.
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