Uma denúncia de que 20 meninas yanomamis teriam sido estupradas e engravidaram de garimpeiros ilegais é investigada pelo governo federal. A informação do g1 foi confirmada pelo ministro de Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida. O Ministério Público Federal (MPF) também vai investigar o caso. 

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A informação foi repassada à pasta em uma das visitas da equipe à aldeia indígena.

Relatos de que garimpeiros estupram mulheres e meninas yanomamis já tinham sido citados pelas lideranças indígenas em relatórios sobre os invasores. O relatório de abril do ano passado reuniu dezenas de depoimentos que descreviam o medo da violência sexual. 

O material evidenciou que os invasores exigiam sexo com as meninas em troca de comida.

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“Os garimpeiros têm sempre uma louca vontade de transar. Quando as pessoas disseram que eles se aproximavam, eu fiquei com medo. Por isso, desde que ouço falar dos garimpeiros, eu vivo com angústia”, citava um dos relatos.

Ministro diz que informará sobre yanomamis a organismos internacionais

“Os garimpeiros estupraram muito essas moças, embriagadas de cachaça”, afirmava outro depoimento.

“Estamos fazendo um relatório de violação de direitos humanos neste contexto, e a Secretaria Nacional da Criança e do Adolescente, ao colher as informações, chegou a informação de que haveria ao menos 30 adolescentes grávidas dos garimpeiros.”, disse o ministro da pasta em entrevista à GloboNews.

A terra yanomami enfrenta uma das piores crises sanitárias da história devido ao avanço do garimpo ilegal na região. Crianças e adultos enfrentam casos severos de desnutrição e malária. 

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A invasão do garimpo predatório, além de impactar no aumento de doenças no território, causa violência, conflitos armados e devasta o meio ambiente, com desmatamento, poluição de rios com mercúrio e prejuízos para a caça, de onde saem recursos naturais dos indígenas.

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