A reportagem do “A Notícia” denunciou uma irregularidade no Departamento Estadual de Trânsito de Santa Catarina (Detran) na transferência de veículos de outros Estados que causou prejuízo a consumidores. Por pelo menos três anos, o órgão teria deixado de cumprir a resolução 362 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) que obriga os Detrans a informar o número do Certificado de Segurança Veicular (CSV) no campo de informação do documento mesmo após a transferência. Este número corresponde à vistoria de veículos recuperados de acidente aprovada pelo Inmetro.
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De acordo com o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), todos os Detrans deveriam estar cumprindo a resolução desde outubro de 2010, quando foi publicada – o assunto era tratado com os departamentos desde 2008.
A reportagem com a denúncia foi encaminhada ao Denatran e ao Ministério Público de Santa Catarina para avaliação.
O Denatran informou que, em caso de denúncias, manda um ofício ao órgão solicitando uma justificativa sobre o caso.
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– O Denatran avalia a justificativa para tomar as medidas competentes – informou o departamento ao “A Notícia”.
Já a coordenação do MP ficou responsável de encaminhar a reportagem para a promotoria especializada.
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Entenda o caso
Uma denúncia de um despachante deu conta de que a informação sobre sinistro nos veículos não estaria sendo copiada nos documentos expedidos em Santa Catarina após a transferência. A falha foi confirmada pela gerente de registro e licenciamento de veículos, a delegada Alina Zimmermann Largura, que enviou um comunicado por e-mail alertando para a resolução quando tomou conhecimento de que funcionários não cumpriam a norma.
Despachantes, empresas de perícia e donos de revendedoras consultados pela reportagem afirmaram que a Ciretran de Joinville começou a cumprir a norma há cerca de três meses.
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Na investigação feita pela reportagem, um caso chamou a atenção. Um Stilo de São Paulo com dano de média monta (leia ao lado) foi transferido para SC sem a restrição. O veículo foi vendido para um joinvilense por R$ 13 mil em um leilão em SP. O mesmo carro saiu por R$ 30 mil na loja após reformado. O dono da revendedora disse que sabia da restrição.
:: ENTENDA ::

Despachantes confirmam irregularidade
Confira o vídeo: