Nos dias quentes de verão, cresce a preocupação com a presença do mosquito Aedes aegypti (transmissor de doenças como a dengue, zika vírus, febre chikungunya e febre amarela). A temperatura alta e os dias chuvosos facilitam o aumento de circulação do vetor. Por essas razões climáticas, Joinville mantém aceso o alerta para os riscos da doença.
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Segundo o coordenador da Vigilância Ambiental de Joinville, Anderson da Silva, o início de ano é fundamental no combate ao inseto, devido a grande quantidade de chuvas.
– Janeiro é um período chuvoso e isso nos preocupa muito. Assim que para a chuva, como está muito quente, temos que ter cuidado com qualquer lugar que acumula água limpa e parada – explica.
Nos últimos dois anos, a dengue foi muito recorrente em Joinville. Causou cinco mortes (as primeiras na história) e mais de 24 mil casos. De acordo com o Painel da Dengue, feito pela prefeitura, Joinville contabilizou 16.423 registros da doença em 2021, quase o dobro de 2020, que teve 8.743 casos. Um aumento de 87.8%.
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Para evitar o contágio da dengue, Anderson alerta que é preciso averiguar vasos de plantas com pratos embaixo – eliminar esses pratos ou colocar areia. Bocas de lobo precisam ter queda, e se não tiverem, é necessário colocar uma tela para que o mosquito não tenha acesso. As calhas precisam ser limpas e revisadas, para que também apresentem queda. No caso das piscinas, se forem tratadas com cloro, não atraem o mosquito.
No final de 2021, a Vigilância Ambiental realizou o Levantamento Rápido de Índices para Aedes Aegypti (Liraa). A pesquisa apontou que de cada duas casas visitadas, uma apresentava algum foco do Aedes aegypti. O relatório, que é enviado ao Ministério da Saúde, também mostra que mais de 44% dos focos do mosquito estão nas casas dos moradores de Joinville.
O aposentado Mauro Schmitz, de 68 anos, é um dos joinvilenses que toma os cuidados necessários para combater o Aedes aegypti, pois frequentemente verifica os vasos da casa. Para Mauro, a fiscalização não deve ser apenas individual, mas também coletiva.
– O cuidado que temos na nossa casa é grande, porque sabemos que a proliferação do mosquito é perigosa, está matando gente. Eu queria que todos tomassem consciência. Não adianta eu cuidar e o vizinho não cuidar – conscientiza.
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Primeiras mortes por dengue na história
Mauro tem razão, a doença é fatal. Pela primeira vez na história, Joinville registrou óbitos por dengue. Ao todo, cinco pessoas morreram por complicações da doença em 2021. A última morte foi em 1º de junho, quando uma mulher de 68 anos, moradora da zona Sul de Joinville, faleceu devido a doença. Ela tinha histórico de comorbidades, incluindo hipertensão arterial sistêmica e diabetes mellitus.
O primeiro óbito por dengue na cidade aconteceu com um homem de 49 anos em 7 de maio. A segunda vítima foi um homem de 75 anos, morador do bairro Floresta e morreu três dias depois da primeira morte, em 10 de maio. A terceira morte aconteceu novamente no terceiro dia seguinte, em 13 de maio, com uma mulher de 33 anos. E a quarta vítima foi uma mulher de 79 anos, que morreu em 1º de maio e teve a confirmação da causa da morte em julho.
Explosão de casos em 2021
No mesmo ano em que a cidade registrou as primeiras mortes, também houve muitos casos ativos. O mosquito Aedes Aegypt infectou 8.709 mulheres, 7.709 homens (uma diferença de 1.000 pessoas) e outros cinco que não tiveram o sexo identificado. As faixas etárias mais contaminadas estão quase iguais, são entre 30 a 40 anos, com 3.148 infectados, e entre 20 a 30 anos, com 3.150 infectados.
A pior semana da doença foi entre 19 a 25 de abril de 2021, com 1.852 pessoas infectadas. Ao todo, foram 16.423 infectados em 2021. A maioria deles moravam na zona Sul de Joinville. Só no Petrópolis, foram 1.563 casos, o maior número entre todos os bairros.
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Já o lugar que teve o maior número de focos de mosquito foi o Aventureiro, com 1.046 pontos, uma distância grande em relação ao segundo bairro, Costa e Silva, com 549.
Principais sintomas da doença
De acordo com o coordenador Anderson da Silva, os principais sintomas da dengue são febre alta, dor nas juntas, fortes dores de cabeça e aversão à luz. Ao sentir qualquer uma dessas dores, é importante procurar uma unidade de saúde e relatar os sintomas.
*Sob supervisão de Lucas Paraizo
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