O número recorde de focos do mosquito da dengue em 2015 coloca em alerta as equipes de vigilância em saúde de Jaraguá do Sul. As larvas do Aedes aegypti foram encontradas em 32 locais, entre armadilhas e pontos estratégicos monitorados semanalmente. No ano passado, 12 moradores de Jaraguá do Sul foram contaminados com a dengue, mas apenas dois teriam contraído a doença no município.

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– O foco não está em áreas afastadas, e sim nas nossas casas. Mais do que um vizinho, o mosquito virou o hóspede, e pode estar morando no seu quintal – alerta o coordenador do programa de combate à dengue de Jaraguá do Sul, Augusto Poffo.

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Só em dezembro, a Vigilância do município recebeu cem denúncias sobre locais propícios à dengue. Os fiscais averiguam esses casos, falam com os moradores e orientam para que não deixem água parada. Mas em 85% das vezes, as pessoas não seguem a recomendação.

– Até mesmo o vizinho que trouxe a denúncia para nós, muitas vezes, não faz a sua parte em casa – denunciam os fiscais.

Falta receptividade

Outra queixa de quem trabalha diariamente na caça de larvas e mosquitos está na dificuldade de entrar nas casas. Quando um foco é encontrado na armadilha, as equipes da vigilância precisam vistoriar todos os imóveis num raio de 300 metros. Esta operação permite verificar se as larvas são um indício da presença isolada do mosquito ou se trata de uma infestação.

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– Não é raro a gente tocar a campainha e ver a pessoa espiar pela cortina mas não vir nos receber. E parece que, quanto maior o poder aquisitivo, maior a resistência em perceber os riscos da dengue – lamenta o supervisor de campo, Cláudio Blosfeld.

A guerra contra o mosquito não depende apenas dos 20 profissionais que integram a equipe de combate à dengue, certamente insuficiente para vencer a batalha. Estabelecimentos e moradias são notificadas quando alguma situação coloca em risco a vida das pessoas que estão no bairro e na cidade, mas a conscientização precisa vir dos moradores.

Controle acirrado nas vistorias

Atualmente, mais de 600 armadilhas estão espalhadas em indústrias e lojas de Jaraguá do Sul e são vistoriadas a cada sete dias – o ciclo de reprodução do inseto leva de oito a dez dias. Outros 153 estabelecimentos de risco, como borracharias, cemitérios e ferros-velhos, também recebem visitas periódicas. No ano passado, 79 desses pontos estratégicos estavam com alguma irregularidade e foram notificados, mas apenas 53 cumpriram as recomendações.

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Este ano, o monitoramento de armadilhas ainda não foi efetivamente retomado, já que os pedaços de pneus ficam instalados em empresas e muitas delas não voltaram das férias coletivas. Além disso, muitos veranistas deixaram as casas mas esqueceram de cobrir piscinas ou esvaziar caixas d?água, que se transformam num convite irrecusável para o mosquito se instalar.

As bromélias também se mostraram um criadouro fértil para o Aedes aegypti na região Sul do Brasil – no Norte, o fenômeno não se verificou. Para espantar o mosquito e eliminar as larvas, é preciso dar um jato de água ao menos uma vez por semana. Este item deve ser incluído na já conhecida lista de prevenção: não usar pratos de plantas ou enchê-los de terra até a borda, eliminar materiais que acumulem água, como lixeiras, garrafas e pneus; tampar bem a caixa d?água e a piscina.

Na região

Guaramirim terminou o ano com 16 focos do mosquito encontrados e quatro pessoas contaminadas – todas fora do município. Dois focos foram identificados em Corupá, e Massaranduba apresentou seis focos. Schroeder não teve nenhum caso reportado ao órgão estadual.

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Em Jaraguá do Sul

2015 – 32 focos

2014 – 07 focos

2013 – 23 focos

2012 – 17 focos

2011 – 11 focos

Fonte: Dive – Divisão de Vigilância Epidemiológica SC