Quatro em cada dez casas de Joinville têm água parada, segundo um levantamento realizado pela prefeitura. O resultado foi divulgado nesta semana e inicidou que os quintais de residências são os principais focos de dengue no município.

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Ao longo de 12 dias, a equipe da Vigilância Ambiental visitou 5.673 imóveis localizados em todas as regiões de Joinville. Em quase 39% das casas vistoriadas foram encontrados pratos de flores, potes ou lonas com água acumulada.

Em 17,43% dos imóveis, os fiscais encontraram plásticos, sucatas, tijolos, telhas, entulhos e latinhas com condições propícias para se transformarem em criadouros do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue.

Desde o início do ano, Joinville já teve 8,3 mil focos do mosquito localizados pelo município. No ano anterior, foram encontrados 7,8 mil em toda a cidade.

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Pela primeira vez na história, o município também registrou mortes pela dengue. Quatro pessoas já morreram por complicações causadas pela doença. Ainda foram contabilizados 14.850 casos positivos de dengue na cidade e outros 2,3 mil estão em investigação.

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Levantamento mostra mudança no cenário

O Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LIRAa) é realizado duas vezes por ano e os resultados são acompanhados pelo Governo Federal. Segundo o coordenador da Vigilância Ambiental de Joinville, Anderson da Silva, a pesquisa mostrou mudança no cenário, em relação ao levantamento feito em novembro de 2020.

– No ano passado, os principais focos do mosquito estavam nos depósitos fixos como bocas de lobo e caixas de passagem existentes em áreas externas. Neste ano, o problema foi para dentro das residências e os quintais são os principais focos do Aedes aegypti – relatou.

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Para a equipe da Vigilância Ambiental, essa mudança é reflexo da pandemia, período em que as pessoas voltaram sua atenção para a Covid-19 e descuidaram da dengue. 

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– O Aedes aegypti colonizou Joinville e embora as pessoas estejam mais preocupadas em combatê-lo agora, há um longo trabalho a ser feito em conjunto com a atuação do Poder Público, mas com a indispensável participação da comunidade – reforçou o coordenador.

Orientações contra a proliferação

– evite usar pratos nos vasos de plantas. Se usá-los, coloque areia até a borda;

– guarde garrafas com o gargalo virado para baixo;

– mantenha lixeiras tampadas;

– deixe os depósitos d’água sempre vedados, sem qualquer abertura, principalmente as caixas d’água;

– plantas como bromélias devem ser evitadas, pois acumulam água;

– trate a água da piscina com cloro e limpe-a uma vez por semana;

– mantenha ralos fechados e desentupidos;

– lave com escova os potes de comida e de água dos animais no mínimo uma vez por semana;

– retire a água acumulada em lajes;

– dê descarga, no mínimo uma vez por semana, em banheiros pouco usados;

– mantenha fechada a tampa do vaso sanitário;

– evite acumular entulho, pois ele pode se tornar local de foco do mosquito da dengue;

– denuncie a existência de possíveis focos de Aedes aegypti para a Secretaria Municipal de Saúde;

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– caso apresente sintomas de dengue, chikungunya ou zika vírus, procure uma unidade de saúde para o atendimento.

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