Um mutirão de combate à dengue está foi realizado em bairros de Joinville durante a manhã deste sábado (19). A ação aconteceu nos bairros Morro do Meio e Nova Brasília, zona Oeste da cidade, e foi organizada pela Secretaria da Saúde, por meio do Serviço de Vigilância Ambiental. o objetivo é conscientizar a população local e remover lixo e entulhos acumulados em espaços públicos e privados.
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Com a participação dos agentes comunitários de saúde, Subprefeitura Sudoeste, Secretaria de Infraestrutura Urbana (Seinfra), Bombeiros Voluntários de Joinville e Unidades Básicas de Saúde (UBSFs), foram feitas visitas de casa em casa, levando informações sobre o descarte correto de entulhos e lixo e orientações sobre como evitar água parada e impedir a proliferação do mosquito transmissor do vírus da dengue.
Caminhões e retroescavadeiras operados pela Seinfra auxiliaram na limpeza dos terrenos e recolhimento dos materiais descartados em locais impróprios.Segundo a coordenadora do Serviço de Vigilância Ambiental, Ana Alice de Borba, a ação previne o aumento do número de focos e casos de dengue na região.
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– Temos algumas regiões onde estamos atuando para combater o mosquito e conter a transmissão da doença, onde a situação é mais crítica. Nosso objetivo nesta região é a prevenção para que não sofra um aumento de focos e casos da doença – conta.
Menos casos registrados durante o inverno
Nos meses mais frios, segundo Ana, a proliferação do mosquito é desacelerada, o que pode causar a falsa impressão de que está sob controle. Porém, com a chegada dos meses mais quentes, a proliferação do mosquito volta ao ritmo normal, o que pode gerar um grande aumento no número de focos e casos da doença.
– Com o inverno, as pessoas pensam que a epidemia acabou e isto é muito perigoso. Quando o calor retorna, os números podem voltar a subir – explica Ana.
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O bairro Nova Brasília contabiliza 30 casos autóctones da doença, além de 73 focos do mosquito. No Morro do meio, seis focos foram confirmados e 16 casos.
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– A ação também previne a proliferação de escorpiões na região. Os moradores que estiverem disponíveis podem auxiliar a equipe durante o mutirão, como também indicar locais com possíveis focos do mosquito ou que necessitam de limpeza – completa Ana.
Mais de 8,7 mil casos em menos de um ano
Desde o início do ano, Joinville já registrou 4.394 focos do mosquito Aedes aegypti e 8.718 casos da doença. Os bairros mais afetados são o Comasa, com 1.370 casos da doença, Jardim Iririú, com 1.085, Fátima, 906 casos, Jarivatuba, com 675, Guanabara, 555, e Aventureiro, com 507 casos.
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Como fazer denúncias de focos do mosquito da dengue
A Vigilância Ambiental de Joinville orienta que as denúncias sobre locais onde possam haver focos do mosquito Aedes Aegypti, transmissor da dengue, devem ser feitas pelo site da Prefeitura de Joinville, no espaço “Institucional – Registre uma manifestação”. Esse é o caminho para o registro oficial na Ouvidoria do Município.
Outra possibilidade para o registro da denúncia é pelos canais Ligue-Saúde ou Web-Saúde (via WhatsApp), no telefone 3481-5165, que também oferecem atendimento às pessoas que tenham sintomas da dengue.
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Entenda a doença:
Se você estiver sentindo dores de cabeça, febre alta, moleza no corpo e perceber manchas na pele, pode estar com dengue. Os sinais da doença se manifestam a partir do terceiro dia após a picada do mosquito e duram, em média, de cinco a seis dias. Existem duas variações da dengue, a clássica e a hemorrágica, e os sintomas variam de acordo com o tipo de vírus.
Dengue clássica
Na dengue clássica, o infectado terá febre com início repentino, dor de cabeça, no corpo, nas articulações e por trás dos olhos. Náuseas, vômitos e cansaço extremo também são algumas consequências da doença. É comum o aparecimento de manchas na pele, semelhantes a do sarampo, principalmente no tórax e nos membros superiores. Essa é a forma mais branda da dengue que pode atingir crianças e a adultos, mas raramente leva à morte.
Dengue hemorrágica
A dengue hemorrágica é mais severa e pode ser fatal. Os sintomas são os mesmos da dengue clássica, com algumas variações. A diferença é que quando a febre cessa, surgem novos sinais de alerta como dores abdomnais fortes, vômitos persistentes, pele pálida, fria e úmida. Além desses sintomas, pode haver confusão mental, sede excessiva, dificuldades de respirar, sangramentos pelo nariz, boca e gengiva.
Na dengue hemorrágica, o quadro se agrava rapidamente, e o doente pode apresentar sinais de insuficiência circulatória e choque, podendo levar à morte em até 24 horas. De acordo com o Ministério da Saúde, 5% das pessoas que contraem a dengue hemorrágica morrem. Ao observar o primeiro sintoma, deve-se buscar orientação médica no posto de saúde ou hospital mais próximo. Quem já contraiu a formação clássica da doença deve agir com rapidez quando perceber o reaparecimento dos sintomas, pois corre o risco de estar com dengue hemorrágica
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Como se pega dengue:
A dengue é transmitida por um vírus, assim como a gripe. Mas ao contrário de algumas doenças virais que podem ser contraídas pelo ar ou em um simples aperto de mão, o vírus da dengue precisa de um vetor para passar de uma pessoa para outra. O responsável por isso é o mosquito Aedes aegypti. Ao picar uma pessoa doente, o mosquito “armazena” o sangue infectado. Quando ele pica uma segunda pessoa, ela recebe o vírus que veio da primeira. Por isso a principal forma de combater a dengue é eliminando o responsável por transmitir o vírus.
Como identificar o mosquito da dengue:
O mosquito responsável pela transmissão da dengue é o Aedes aegypti. Ele é conhecido como “pernilongo rajado” porque tem listras brancas e pretas ao logo do corpo. Também é possível identificar o mosquito da dengue por suas patas que são compridas e finas – são seis ao total. Ele mede menos de 1 centímetro e costuma picar nas primeiras horas da manhã e nas últimas da tarde, evitando o sol forte. Não é possível perceber que foi picado porque, no momento em que ela ocorre, não provoca dor nem coceira.
O voo dele é considerado baixo, já que ele não ultrapassa os dois metros de altura. Sozinho, ele alcança no máximo a distância de um quilômetro mas, geralmente, só busca sangue humano a até 200 metros de seu criadouro, já que precisa disso para a reprodução.
*com informações do Ministério da Saúde