Joinville bateu recorde de casos confirmados de dengue no ano passado e começa 2021 com uma estratégia para tentar combater o mosquito Aedes aegypti. A aposta é em parcerias com instituições, como a Fiocruz e a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), para aplicar na cidade projetos de inovação.
Continua depois da publicidade
> Quer receber notícias de Joinville e Norte de SC por WhatsApp? Clique aqui
Ao longo de 2020, o município registrou 7.783 focos do mosquito transmissor da dengue pela cidade. Também foram 8.729 casos confirmados da doença, o que representa uma média de 23 pessoas diagnosticas por dia. Do total, 8.678 foram casos autóctones (transmissão dentro da cidade) e 51 casos importados de outros locais.
Com o aumento dos casos, a Secretaria de Saúde intensificou o trabalho de instalação de armadilhas para o mosquito – hoje são mais de 2 mil espalhadas pela cidade – e também de mutirões e uso de inseticidas.
> “Deu muito medo”: joinvilense conta como foi ver a família de sete pessoas com dengue
Continua depois da publicidade
Em dezembro, foi colocada em prática a primeira ação em parceria com a Fiocruz Amazonas: a instalação de 1 mil estações disseminadoras de larvicida. O mosquito é “contaminado” com o produto e o leva para os criadouros, que são de difícil visualização, acesso e intervenção.
– Ao longo dos anos, nós batemos na tecla da questão de acúmulo de lixo e água parada, mas usar as mesmas técnicas não surtiu efeito. Então, tivemos que ir atrás de inovação – explica o secretário da saúde, Jean Rodrigues da Silva.
Joinville foi o primeiro município de Santa Catarina a aplicar a técnica desenvolvida pela Fiocruz. Os critérios utilizados para a seleção dos locais para instalar as estações foram definidos por meio de dados georreferenciados de casos de dengue e focos de mosquitos identificados pela rede de monitoramento do município.
Continua depois da publicidade
Uso de microrganismo para reduzir transmissão
Outros dois projetos devem ser colocados em prática até a metade do ano em Joinville. Um deles é a aplicação de larvicidas em bocas de lobo, em uma iniciativa desenvolvida pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). E a outra medida será a implantação do método Wolbachia, em parceria com a Fiocruz do Rio de Janeiro.
> Joinville passa das 500 mortes por coronavírus desde o começo da pandemia
Esta última consiste em liberar o mosquito Aedes ageypti na natureza com o microrganismo Wolbachia, reduzindo a capacidade de transmissão da doença. Segundo a Fiocruz, o microrganismo está presente em cerca de 60% dos insetos, mas não existe no transmissor da dengue.
No projeto, a Wolbachia é inserida artificialmente nos ovos do Aedes aegypti para que reduza a capacidade de transmissão da dengue, zika, chikungunya e febre amarela. Esses mosquitos que nascem com o microrganismo tendem a se reproduzir com os já existentes, o que pode reduzir o número de transmissores da dengue à médio e longo prazo.
> Em risco “gravíssimo” na matriz, Joinville prorroga medidas sobre coronavírus

Cuidados redobrados em 2021
O secretário da Saúde alerta para a necessidade de cuidados redobrados com a dengue em 2021. Como o município encarou uma epidemia da doença no ano passado, muitas pessoas já foram infectadas pelo mosquito e estão suscetíveis à reinfecção.
Continua depois da publicidade
– A segunda onda pode ser pior porque vai crescendo a gravidade e na reinfecção a chance de dengue hemorrágica é maior – explica Jean Rodrigues.
Além disso, o secretário também reforça os cuidados básicos para evitar as larvas, como os locais com água parada, e também a atenção especial para o mosquito. Segundo ele, a orientação é para uso de telas, inseticidas, repelentes e outros cuidados que ajudem a evitar a doença.
> Greve dos profissionais do Samu de Joinville termina após 15 dias
Orientações contra a proliferação
– evite usar pratos nos vasos de plantas. Se usá-los, coloque areia até a borda;
– guarde garrafas com o gargalo virado para baixo;
– mantenha lixeiras tampadas;
– deixe os depósitos d’água sempre vedados, sem qualquer abertura, principalmente as caixas d’água;
Continua depois da publicidade
– plantas como bromélias devem ser evitadas, pois acumulam água;
– trate a água da piscina com cloro e limpe-a uma vez por semana;
– mantenha ralos fechados e desentupidos;
– lave com escova os potes de comida e de água dos animais no mínimo uma vez por semana;
– retire a água acumulada em lajes;
– dê descarga, no mínimo uma vez por semana, em banheiros pouco usados;
– mantenha fechada a tampa do vaso sanitário;
– evite acumular entulho, pois ele pode se tornar local de foco do mosquito da dengue;
– denuncie a existência de possíveis focos de Aedes aegypti para a Secretaria Municipal de Saúde;
– caso apresente sintomas de dengue, chikungunya ou zika vírus, procure uma unidade de saúde para o atendimento.
> Jaraguá do Sul compra 80 mil seringas e agulhas para vacina contra Covid-19
Como fazer denúncias de focos do mosquito da dengue
A Vigilância Ambiental de Joinville orienta que as denúncias sobre locais onde possam haver focos do mosquito Aedes Aegypti, transmissor da dengue, devem ser feitas pelo site da Prefeitura de Joinville, no espaço “Institucional – Registre uma manifestação”. Esse é o caminho para o registro oficial na Ouvidoria do Município.
Outra possibilidade para o registro da denúncia é pelos canais Ligue-Saúde ou Web-Saúde (via WhatsApp), no telefone 3481-5165, que também oferecem atendimento às pessoas que tenham sintomas da dengue.
Continua depois da publicidade