Representantes do Ministério Público, da Polícia Civil e do Instituto de Criminalística (IC) de São Paulo se reuniram na tarde desta terça-feira com representantes dos familiares de vítimas do vôo 3054 da TAM, que caiu em julho do ano passado, para prestar contas sobre as investigações do caso. Os familiares da vítimas, no entanto, foram embora sem nenhuma informação conclusiva.

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Além da complexidade do caso, o delegado Antônio Carlos Barbosa, do 27º DP, aponta a demora de alguns documentos como causas para a demora na conclusão das investigações do acidente – o maior da aviação brasileira. Um dos documentos considerados fundamentais é uma perícia realizada pela Polícia Federal sobre o coeficiente de atrito da pista do aeroporto de Congonhas, onde o Airbus A320 pousou, mas não conseguiu parar, atravessou a pista e bateu num prédio também da TAM, matando 199 pessoas.

– Esse documento é importante porque foi produzido com material colhido no dia seguinte ao acidente – afirma Barbosa.

A perícia foi pedida junto ao Ministério Público Federal no dia 17 de outubro, mas ainda não chegou. A Polícia Civil e o IC também aguardam a avaliação dos restos do manete, recolhidos no local do acidente. O perito Antônio Nogueira confirmou que a caixa-preta apontou que o manete estava no lugar errado.

– Mas pode ter havido um problema mecânico. Falha humana é só uma das hipóteses – diz.

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A peça já foi enviada para a França, onde passou por análises, mas ainda não há nenhuma conclusão. O inquérito da polícia deve ficar pronto até um mês depois da conclusão do laudo do IC, segundo Barbosa.

– Não queremos que esse inquérito faça aniversário – diz o promotor Mário Luiz Sarrubbo.

Ele e Barbosa ainda não ouviram a ex-presidente da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), Denise Abreu, suspeita de mentir para a Justiça Federal sobre uma norma que proibia aviões de grande porte com um dos reversores travados em Congonhas. O depoimento estava marcado inicialmente para o início de dezembro, mas foi adiado porque seu advogado alegou que não conhecia o processo. No dia 21, ela apresentou um atestado médico. Outro depoimento foi marcado para segunda-feira, mas Denise também não compareceu, alegando que não mora em São Paulo e que deveria ser ouvida em Brasília.