As 25 crianças matriculadas no Núcleo de Educação Infantil (NEI) vinculado à Escola Básica Albertina Madalena Dias, na Vargem Grande, no norte da Ilha, estão sem aula. A sala onde abrigava os alunos foi interditada pela Defesa Civil em março do ano passado e a Prefeitura de Florianópolis só iniciou uma reforma emergencial este ano, um ano após a interdição. A previsão é que as aulas retornem no dia 26 de março.

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A secretária Raquel Marli dos Santos da Silva, 36 anos, fez a matrícula da filha de quatro anos no final do ano passado. No dia 20 de fevereiro, quando foi levar a pequena para a creche, foi surpreendida com a notícia.

— Eu nem sabia, quando fui levar minha filha na creche me falaram que não tinha sala, que tem que ser reformada. Eu fico triste com isso, porque matriculei minha filha para estudar e quando cheguei lá não tinha sala. É horrível isso, a gente se sente perdida — diz.

Raquel tentou matricular a filha na creche Vicentina Maria da Costa Laurindo, no bairro Vargem Pequena, que funciona em período integral. No entanto, após um ano e meio na fila de espera sem ser chamada, ela resolveu colocar a filha no NEI da Vargem Grande, que funciona em meio período.

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Juelice Santos Silva, 30, também aguarda a reforma para poder levar o filho de quatro anos para a aula. Ela conta que a prefeitura sugeriu a transferência dos alunos para o NEI Doralice Maria Dias, na Vargem do Bom Jesus, mas os pais não aceitaram.

— Não aceitamos porque a maioria das crianças é moradora do bairro, muitos pais trabalham e não conseguem deixar ou buscar os filhos em outro bairro, seria contramão para nós.

Como não houve acordo, a prefeitura começou a reforma e enquanto ela não é concluída, o filho de Juelice fica com a avó para que ela possa trabalhar.

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— Eu sei que muitas mães estão sendo prejudicadas. Eu ainda tenho a minha mãe que fica com ele porque eu trabalho o dia inteiro. Se eu não tivesse ela, teria que pagar alguém ou ficar em casa sem trabalhar.

A solução

Luciano Formighieri, secretário adjunto de Educação, informa que a sala onde funcionava o NEI, que fica em uma casinha anexa, foi interditada em março do ano passado. Na época, as crianças tiveram aulas na escola Jardim dos Sonhos, uma unidade particular que cedeu o espaço para a prefeitura até que a sala fosse reformada.

No entanto, a reforma, que deveria ter sido feita ainda em 2017, só está saindo do papal este mês. Segundo Formighieri, a prefeitura decidiu não reformar a sala porque pretende fazer uma reforma em toda a escola.

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— A escola está há 15 anos sem reforma, não tem quadra coberta, tem problemas estruturais, de infiltração. Se eu licito só a reforma da casinha e depois preciso reformar a escola toda, eu acabo perdendo o que se fez e gastando duas vezes o mesmo recurso. Por isso, estamos elaborando um projeto que não se resume a mera reforma da casinha, mas sim a fazer quadra coberta, melhorar o espaço, a infiltração, ou seja, toda a parte estrutural da escola.

De acordo com o secretário, a reforma da escola está prevista para ser licitada até agosto e deve custar em torno de R$ 1,6 milhão. Enquanto isso, a prefeitura sugeriu que as crianças estudassem no NEI Doralice Maria Dias, na Vargem do Bom Jesus, que fica a uma distância de três quilômetros. Porém, os pais não aceitaram.

Para que as crianças não fiquem sem aula, a prefeitura contratou o serviço de manutenção predial para trocar o telhado da sala e, assim, poder atender de forma provisória os alunos. A obra deve ser concluída até o dia 26 de março. A reforma deve custar em torno de R$ 20 mil.

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