Quando receberam a notícia que Avenida Ivo Silveira, em Capoeiras, uma das principais da região continental de Florianópolis seria revitalizada, os moradores comemoraram a conquista pedida há tempos. No entanto, um ano e meio depois do início, o ritmo lento das obras desanima e virou alvo de críticas de quem vive a passa diariamente pelo local.
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— Na época acompanhei na mídia, achei que era um projeto bom. Mas até agora não melhorou em nada, pelo menos para os pedestres. Tá ruim de atravessar, só nesse fim de semana que vieram aqui e pintaram as faixas, ficou mais de um mês sem — conta a cuidadora de idosos Maria Gorete da Silva, 63, moradora da avenida.

A revitalização foi anunciada pelo prefeito Cesar Souza Junior em março de 2015, como parte das comemorações do aniversário da cidade, ao custo de R$ 8,8 milhões com previsão de conclusão para novembro do mesmo ano. O projeto previa repavimentação, drenagem, calçada compartilhada com ciclovia, faixa preferencial para transporte público, sinalização horizontal e vertical e melhoria na iluminação pública, mas até agora pouco foi concluído.
Os problemas são visíveis: o canteiro central ficou muito estreito e sem acessibilidade nos pontos de travessia com faixas de pedestres, dificultando a vida de quem precisa atravessar as pistas e tornando impossível a passagem de cadeirantes e carrinhos de bebê. Bem em frente ao Centro de Educação Infantil Morro da Caixa, a antiga faixa de pedestres quase não é perceptível, e a pintura não foi refeita. A professora da creche e moradora do bairro, Simone Regina de Silvane, diz que a dificuldade dos pais em atravessar com os filhos é grande:
— De manhã cedo e de tarde, quando os pais vêm deixar a buscar os filhos na creche, é ainda pior. Tem mãe com filho no carrinho, outros no colo e de mão dada, não tem espaço no canteiro do meio e nem a rampa. Ficou mais perigoso do que antes — afirmou.
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A funcionária de uma loja de pipas, Adriana Vitorino, também comenta que presencia diariamente uma cadeirante que precisa dar uma volta enorme para conseguir atravessar a rua em segurança:
— Vejo sempre que a menina salta do ônibus, a mãe dela espera no ponto e dá uma volta na quadra até encontrar uma parte que esteja rebaixada e consiga atravessar. E ainda tem que passar correndo as quatro pistas, porque não tem espaço para esperar no meio.
A ciclofaixa prevista no projeto inicial ainda não saiu do papel, e quem utiliza a bicicleta como meio de transporte, como o morador Vitor Rodrigues, é obrigado a utilizar as calçadas para não ser atropelado:
— Eu uso a bicicleta para me deslocar todos os dias e tenho medo de ser atropelado, por isso vou pela calçada. Quando soube que ia ter ciclovia pensei que realmente seria bom, não sei se desistiram de fazer, não dá pra entender direito essa pintura que fizeram no chão — comentou.
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Parada por falta de recursos
Por meio da assessoria de comunicação, a Secretaria de Obras informou que a obra está contingenciada por falta de recursos, afetando o prazo de entrega. De acordo com a Secretaria, o projeto permanece o mesmo: o canteiro central foi estreitado para ganhar espaço para a ciclovia e todas as calçadas serão revitalizadas.
Em relação à falta de acessibilidade nos locais de faixa de pedestre, o órgão informou que o piso é rebaixado, e aquelas que não possuem ainda serão executadas assim que a obra for retomada, e toda a sinalização horizontal (faixas, outras marcações da pista) é provisória.
Quanto aos fios soltos, a Celesc informou que está adequando a rede para o nova posição dos postes, o e os fios não são de energia elétrica, mas de operadoras de tv à cabo que estão trabalhando em conjunto, não representando nenhum risco.