Quem passa rotineiramente pelas obras da BR-280 percebe que o ritmo está mais lento por causa das poucas máquinas e do número reduzido de trabalhadores. Na semana passada, cerca de 20 funcionários responsáveis pelas galerias do lote 2.2 foram dispensados.

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Eles não receberam pagamentos que estavam atrasados, nem o valor da rescisão de contrato. Por isso, o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Pesada e Obras Públicas, Privadas e Afins de Santa Catarina (Sintrapav-SC) abriu uma ação na Justiça do Trabalho de Jaraguá do Sul contra a subempreiteira BDR Construções e Saneamentos, de Palhoça, na Grande Florianópolis, contratada pela empresa paulista Cetenco, a responsável pelo lote.

No começo do mês, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) informou que o governo federal diminuiu os repasses das obras em todo o País, inclusive para as melhorias nos dois lotes da BR-280 (lote 2.2 – entre o km 50,7, em Guaramirim, e o 74,6, na zona urbana de Jaraguá do Sul, e o lote 2.1 – entre a BR-101 e Guaramirim).

Segundo o advogado do Sintrapav-SC, Maycon Porrua, a justificativa da empresa de Palhoça para os não pagamentos é de que a empresa Cetenco não recebeu o repasse do governo federal. Por isso, a entidade entrou com uma ação de tutela antecipada da liberação do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e guias para o seguro-desemprego.

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– Os trabalhadores não receberam os salários de junho. Em julho, foram informados do aviso prévio e, depois de cumpri-lo, não receberam o valor da rescisão. Foram demitidos antes mesmo da conclusão das galerias da BR-280. A primeira audiência foi marcada para dezembro – conta Porrua.

A reportagem entrou em contato com as empresas, mas elas afirmaram que o DNIT deveria comentar o assunto. No entanto, o departamento não confirmou a informação de que o dinheiro não foi repassado à Cetenco.

Confira a reportagem premiada: BR-280 – 7 Anos da Promessa

Movimentação em ritmo lento nos canteiros

Em uma visita aos lotes, uma máquina da Sulcatarinense foi vista trabalhando na marginal da BR-280, no lote 2.1. Já no lote 2.2 (bairro Guamiranga, em Guaramirim), não havia movimentação de máquinas ou trabalhadores. O morador Gildo Tomaselli contou que há quase um mês não há funcionários.

– Não sei quando vão terminar. Já estava devagar e, agora, parece que abandonaram toda a obra – afirma.

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Na parte do túnel da BR-280, a equipe de reportagem não teve acesso. Os moradores próximos ao local afirmaram que a movimentação de máquinas continua.

Com a redução dos recursos, o DNIT informou que não há prazo para a divulgação do novo cronograma das obras, pois a responsabilidade é das duas empresas vencedoras da licitação – Cetenco (responsável pelo lote 2.2 – entre o km 50,7, em Guaramirim, e o 74,6 na zona urbana de Jaraguá do Sul) e a Sulcatarinense (responsável pelo lote 2.1 – entre BR-101 e Guaramirim).

O DNIT também informou que a obra do lote 1, que liga São Francisco do Sul à BR-101, não tem previsão de assinatura da ordem de serviço. Depois de liberada, o trâmite burocrático para desapropriar 600 imóveis e faltam dois processos: um ambiental e outro indígena.