O músico, escritor, realizador cinematográfico e professor Demétrio Panarotto traz novidades neste semestre. Ele lança dois livros, dois EPs e dois curtas-metragens. Com 21 obras de poesias, contos, entre outras publicações, ainda tem três novelas na fila das editoras, que vão marcar sua estreia no gênero.

Continua depois da publicidade

Receba as principais notícias de Santa Catarina pelo WhatsApp

Inédito, “Sem ensaio” será lançado no mês de outubro em Portugal. Não tem previsão no Brasil. A outra obra, sem título, está programada para novembro, tem ilustração na capa feita pela filha Antônia, de 11 anos, e é impressa na oficina tipográfica Papel do Mato, em Rodeio.

Demétrio Panarotto mantém um olhar crítico e dialoga com os diversos meios de expressão, produtores culturais e públicos. Alimenta assim seu vigor criativo e se amplia como criador e fomentador da arte em quaisquer espaços que oportunizam cultura. Iniciou esta trajetória pela música.

Dennis Radünz: 25 anos da revelação ao reconhecimento

Continua depois da publicidade

Na infância vivida em Chapecó, cidade natal, recebeu um grande incentivo da mãe pedagoga e do pai contador: a liberdade para explorar sua curiosidade, que o levou à música, à literatura e ao cinema.

Recorda-se que, por volta dos 15 anos, brincava de fazer canções com o irmão Roberto, três anos mais novo. Desta parceria, sete anos depois, em 1991, nasceu a banda Repolho, com demos, CDs e vinil que se destacaram no cenário independente nacional. Mais tarde, formou a dupla Irmãos Panarotto.

À palavra musicada, seguiram a palavra escrita e o audiovisual como meios para o que tanto aprecia: contar histórias. Na literatura, sua estreia foi com as poesias de “Borboletas e abacates” (2000). Quatro anos depois e mais três publicações, lançou o primeiro livro de contos, “O assassinato seguido de La bodeguita” (2014).

Celestino Sachet: guardião da literatura e história de Santa Catarina

Nos dois gêneros, tornou-se um autor recomendado para os estudantes do Ensino Médio de Santa Catarina, pelas diretrizes do governo do Estado – um reconhecimento como destaque da literatura contemporânea.

Continua depois da publicidade

Movido pelo encantamento da filha Antônia com a descoberta do alfabeto, em especial a letra inicial do próprio nome, escreveu “A de Antônia” (2016), iniciando sua presença junto ao leitor mirim. Em 2018, publicou o segundo infantil, “Arquipélago”.

Panarotto concilia a carreira musical e literária com a vida acadêmica e projetos alternativos nessas duas áreas e no cinema. Doutor em Literatura pela Universidade Federal de Santa Catarina, é professor de Roteiro em curso de graduação de Cinema em outra universidade e orienta oficinas de criação.

Guido Sassi atravessa fronteiras com o regionalismo catarinense

Mantém intenso intercâmbio com produtores culturais e encontros com leitores no Brasil e no exterior. Idealizou o Quinta Maldita, programa que leva ao ar na web rádio desde 2017, ao lado de Marcio Fontoura, com a participação de poetas e artistas. A iniciativa ganhou formato ao vivo em saraus realizados na Ilha de Santa Catarina, onde reside, em outras cidades do Estado e em Porto Alegre (RS).

Em junho último, junto a Juliana Ben, realizou a quarta edição do Festival Pipa de Literatura, em Florianópolis. Como convidado, também neste ano, participou de eventos promovidos em Portugal e no México e, em novembro e dezembro de 2021, esteve no 9º Festival Internacional VaPoesía Argentina. Com outros escritores, levou literatura para comunidades marginalizadas e da periferia de Buenos Aires e Mendoza.

Continua depois da publicidade

Saiba mais sobre a história de outros grandes escritores catarinenses

Quando retornou, iniciou um projeto para traduzir poetas da América Latina e já assinou versões de dois autores argentinos e uma venezuelana para a língua portuguesa. Nos múltiplos diálogos que estabelece, Panarotto nutre seu espaço e consegue manter-se único e coletivo.

*Texto de Gisele Kakuta Monteiro

Leia também:​

Literatura infantil e juvenil com Eliane Debus

Raul Caldas Filho se dedica a livro de memórias

​​​Como a “fome” de leitura criou um grande escritor em Santa Catarina

​​Sylvio Back, o “doutor honoris causa” da cultura em SC