Em pelo menos dez importantes aeroportos brasileiros, a demanda por pousos e decolagens já supera a capacidade de oferta das infraestruturas existentes. Essa é uma das conclusões do estudo sobre o setor aéreo brasileiro, divulgado hoje pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

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Considerando-se o horário de pico, a situação é particularmente grave nos aeroportos mais movimentados do País, como Guarulhos (SP), onde nos momentos de maior movimento são feitos 65 pedidos de pousos e decolagens por hora para uma capacidade de 53 movimentações. Em Congonhas, também em São Paulo, os pedidos são de 34 pousos e decolagens por hora para uma capacidade de apenas 24. Em Brasília, a capacidade horária é de 36 movimentações e, no horário de pico, a demanda chega a 45.

Segundo o coordenador de infraestrutura econômica do Ipea, Carlos Campos, esse é um dos principais desafios que o País terá de resolver para a Copa do Mundo de 2014. Ele afirmou que em Manaus (AM), onde a capacidade máxima é de nove pousos e decolagens por hora e os pedidos chegam a 17, a situação é tão grave que já chega a atrapalhar as atividades das indústrias localizadas na Zona Franca. Ele lembra que muitos componentes eletrônicos são importados e chegam a cidade de avião.

– Com a dificuldade no aeroporto, muitas indústrias tiveram de reprogramar para baixo sua produção – disse Campos.

O ex-diretor da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Josef Barat, que atuou como consultor da pesquisa, ressaltou que a solução do problema passa necessariamente por investimentos nos aeroportos, sejam eles feitos pela Infraero – estatal responsável por aeroportos que correspondem a 97% do movimento de cargas e passageiros no País – ou por meio da iniciativa privada.

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