Tudo que reluz é ouro para Matheus Dellagnelo nestes últimos dias. O velejador de Florianópolis embarca nesta sexta-feira para Lima. Enquanto estiver em viagem, os Jogos Pan-Americanos serão abertos, com a cerimônia no Estádio Nacional da capital do Peru. Por lá, vai tentar reviver 2011. Em Guadalajara, no México, ele foi campeão na classe sunfish. A mesma que estará nas onduladas águas da Baía de Paracas, que recebe as disputas da modalidade.

Continua depois da publicidade

– É realista pensar em medalha. Nos treinos vou saber como estou. Se eu estiver perto do peruano (Renzo Sanguinete), que é o favorito, acho que é possível. As regatas da minha classe serão em local em que levanta onda, que para mim é bom, meu ponto forte, parece com Jurerê. Meu objetivo é o ouro, mas o favorito é o peruano – relaciona.

A participação em Lima foi circunstancial para Dellagnelo. Depois do ouro no México, passou pelas classes laser e snipe, sem voltar ao Pan ou tentar as Olimpíadas. O objetivo há um ano era estar em Lima na snipe. Sem conseguir classificação, partiu para o que chamou de plano B. Até pelo momento bem diferente de 2011. Há dois anos, o velejador abriu uma empresa de ciência de dados e o esporte deixou de ser a prioridade. Com oportunidade de se classificar e ir para Lima na modalidade que rendeu medalha, conquistou a vaga em Sul-Americano em fevereiro e parte em busca do bicampeonato.

Com a dedicação fora da água, ele trata este Pan como a possibilidade de ser o segundo e o último na carreira na vela, ainda que tenha 30 anos. Velejadores e dirigentes próximos tentam demovê-lo. Uma medalha de ouro daria notoriedade o bastante para buscar incentivos financeiros até para iniciar o ciclo para as Olimpíadas do próximo ano, em Tóquio. Ou ser o grande nome brasileiro em Paris-2024, como um sucessor de Robert Scheidt e Bruno Fontes, na classe laser. No entanto, neste instante, o único plano é tentar o ouro no Peru.

– Estou focado na empresa, está crescendo rápido. A vela vem em paralelo, tenho paixão e as faladas 10 mil horas sobre o barco que me permite parar e voltar em bom nível. Eu teria de tentar vaga na laser, porque não tem sunfish nas Olimpíadas. Exige comprometimento físico e de viagem que não tenho agora. Não tenho mais paciência para treinar, nem tempo como antes. É um ponto interrogação porque a vela pan-americana permite essa flexibilidade, e a vela olímpica não. Em 2022 vou ver o nível. Enquanto houver janela, vou buscar Pan, tentar medalha – diverte-se.

Continua depois da publicidade

Os amigos do esporte esperam que os bons ventos não façam apenas que Matheus Dellagnelo traga de Lima o sonho olímpico junto do reluzente ouro.

Leia mais notícias do esporte em Santa Catarina.