Foi um padre brasileiro, Bartolomeu de Gusmão, o primeiro a tentar um voo com balão de ar quente no mundo. Era 1709 e o voo, uma demonstração à família real portuguesa, não foi tripulado, mas o padre acabou provando: algo mais pesado que o ar podia, sim, planar.
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Por conta de sua façanha, foi considerado “o padre voador”. O apelido também foi dado para Adelir de Carli, mas por ser protagonista de uma empreitada mal-sucedida com balões a gás hélio, em Santa Catarina. Mas isso é outra história.
Setenta e quatro anos depois da experiência de Gusmão, os irmãos franceses Étienne e Joseph Montgolfier fizeram o primeiro voo tripulado de balão, presenciado por toda a cidade de Paris. A bordo, estavam Jean François Pilâtre de Rozier e Marques François Dárlandes. De lá para cá, a atividade ganhou adeptos, recursos tecnológicos, caráter de competição e uso publicitário. Além de alimentar um promissor mercado turístico.
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No Brasil, que abrigou o primeiro voo de balão em 1970, a cidade de Torres (RS) abriga o maior e mais importante campeonato de balonismo. Em Minas Gerais, também dá para sentir o gostinho de ser içado a bordo de um cesto e voar sem medo a uma altura de 300 metros, sentindo o poder do vento a ditar a direção.
O voo, que dura uma hora, com capacidade para oito pessoas, sai de Inhaúmas, próximo a Sete Lagoas, de uma área dentro do Águas do Treme Lake Resort.
“Voar de balão é atividade segura”, diz piloto. O balão percorre suavemente uma área rural plana, numa região em que predomina a vegetação de cerrado e onde, com sorte, é possível observar animais silvestres, como o lobo-guará. Em vez de cânions, o cenário é bem mineiro: fazendas, casas com roupas secando no varal e bois pastando.
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– É uma atividade muito segura, comparada com outros tipos de voo – garante o piloto Enrico Dias, 37 anos, dono da ByBrazil Balonismo, que opera os passeios.
No comando da aeronave (sim, um balão é considerado tecnicamente uma aeronave), Enrico controla a altura, injetando mais ar quente no envelope sempre que ele começa a descer.
A velocidade do vento determina o ritmo da aventura, mas ela nunca pode ser muito forte. Em função das correntes de ar, nunca se sabe onde será o pouso, explica Dias. Os voos são feitos de manhã e ao entardecer, o que proporciona um visual belíssimo. É preciso marcar o passeio com antecedência.
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