A história recente da Federação Catarinense de Futebol, confunde-se com a de Delfim Peixoto Filho. A instituição, que completou 88 anos nesta quinta-feira, 12, está sob o comando do itajaiense há mais de um quarto de século.
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Em entrevista, Delfim diz nunca renunciar a nada e deve ficar na presidência até 2015. Sua proximidade à CBF o levou a assumir, esta semana, a chefia da delegação de futebol masculina nos Jogos Olímpicos de 2012.
Diário Catarinense: A partir do aniversário de 88 anos, quais as perspectivas da FCF a partir desta data?
Delfim Peixoto: Bem, é uma data significativa. Dentro de dois anos comemoramos 90 anos, somos uma das federações mais antigas do Brasil. Agora como perspectivas, posso te dizer que nós vamos continuar o trabalho que estamos fazendo! Vão aparecer novos desafios e vamos precisar nos adaptar. Temos criado coisas novas também, a cada ano aperfeiçoamos um departamento. Por exemplo, a FCF é hoje, junto com a Federação Paulista, a mais informatizada do Brasil. Os sorteios, passamos a fazê-los publicamente. Hoje temos a TV FCF, aonde realizamos os sorteios de juízes pela internet. Quando eu viajo ou sei de algo novo procuro trazer para a Federação.
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DC: O senhor fica no cargo até 2015, não? Pretende se candidatar à reeleição?
DP: Como meus saudosos amigos, Tancredo Neves e Ulysses Guimarães diziam: “o futuro a Deus pertence”. Se eu renunciasse – o que não vai acontecer, porque eu nunca renuncio a nada – assumiria o Dr. Murilo Capella, afinal ele é o mais idoso entre os vices. Mas eu posso até não estar mais vivo, pode ser que o Dr. Murilo já esteja me susbstituindo. Aí a história é outra, vira a página.
DC: Falando no presidente José Maria Marin, o senhor foi convidado a ser o chefe da delegação masculina de futebol nos Jogos Olímpicos de Londres. O que isso significa politicamente para Santa Catarina?
DP: É uma função que muita gente queria. Soube até por jornais de São Paulo que o presidente do São Paulo (Juvenal Juvêncio) já estava certo como chefe da delegação. Mas na hora, anunciaram o Delfim, “lá de Santa Catarina”, “lá do fim do país”. Agora, não é a primeira, nem a segunda vez que eu chefio delegação. Já chefiei várias delas. Agora esta, é espetacular, é importantíssima. Eu vou chefiar a Seleção Olímpica, a equipe que vai disputar uma medalha de ouro, único título que o Brasil não tem. Como eu fui pé-quente na Colômbia, imagina se eu for pé-quente de novo? É uma coisa boa para Santa Catarina? Sim, afinal, não é o Delfim, é um catarinense chefiando.
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DC: Já foi especulado que o senhor foi escolhido pela sua proximidade com o presidente Marin. O que o senhor pensa a respeito?
DP: Pode ter sido isso, mas não foi só isso, te garanto. Quando eu voltei da Colômbia, o Presidente Ricardo Teixeira me disse: “Olha, essa é a Seleção que vai disputar os Jogos Olímpicos de Londres. Quem sabe não é o meu querido presidente que vai ser novamente o chefe da delegação?”. Como eu te disse: o futuro, a Deus pertence. Aconteceu agora que Ricardo renunciou e assumiu o Marin. É meu amigo, de muitos anos, de antes do futebol. A amizade existe. Agora, se ele me escolheu pela amizade, tudo bem, é um direito dele. Se ele me escolheu porque acha que sou pé-quente, então pode ser que eu seja mesmo.
DC: É inegável que a partir de agora Santa Catarina possui um nome forte na CBF. O que o senhor pensa sobre o fortalecimento do nome de Santa Catarina diante de outros estados?
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DP: É preciso fazer justiça com Ricardo Teixeira: ele sempre foi um companheiro de Santa Catarina. Ele ficou triste quando o estado não foi esolhido para sediar a Copa de 2014 – pelo Ricardo, teria sido. A gente já era bem visto há muito tempo. Sou conselheiro da CBF há bastante tempo, já participamos de muitas empreitadas juntos. Já tínhamos uma visão positiva diante da CBF. Agora com o Marin, isso foi reforçado.
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DC: O senhor terá compromissos na CBF durante esta semana?
DP: Essa semana estive na CBF e volto pro Rio domingo, aonde fico até quarta-feira, 18 – participo da assembleia geral na segunda-feira e na terça-feira de uma reunião entre Marin e todos os presidentes de clubes da série B. Sugeri também que isso fosse feito com as séries C e D. Marin achou a idéia boa e vai seguir com as reuniões.