Delegados da Polícia Federal (PF) divulgaram na manhã desta sexta-feira novos vídeos sobre o confronto na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) que aconteceu na terça-feira, em Florianópolis. Os policiais federais acusam uma professora da UFSC de incitar a multidão antes do confronto que envolveu também a tropa de Choque da Polícia Militar.
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Os vídeos foram divulgados em uma entrevista coletiva com cerca de 15 delegados da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal e do Sindicato de Polícia Federal em Santa Catarina. A entrevista, realizada no Hotel Majestic, foi convocada para prestar solidariedade ao superintendente em exercício, Paulo Cassiano Júnior, que tem sido criticado por não ter negociado uma tentativa de conciliação antes do confronto e pelas fortes declarações à reitora.
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As imagens gravadas por policiais federais mostram uma professora sentando em cima do capô da viatura da PF. O delegado federal Luiz Carlos Korff Rosa Filho diz que a professora identificada como Sônia Maluf, vice-diretora do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFH), incitou a multidão e a acusa de ter cometido crime de resistência à ação dos policiais no momento da detenção de um estudante por posse de maconha. A professora, segundo Korff, recebeu voz de prisão por resistência no ato e chegou a ter um documento apreendido por um policial. O DC tentou ouvir a professora ao longo desta sexta-feira, mas só foi atendido por volta de 20h, quando Sônia se posicionou sobre as denúncias.
Confira parte da entrevista com o delegado:
Diário Catarinense – O que acontece no momento em que os policias estavam conduzindo o detido à viatura e a suposta professora, no vídeo identificada por um blusa vermelha, chegou?
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Luiz Carlos Korff Rosa Filho – Ela cometeu incialmente um crime de resistência. No momento em que ela senta sobre a viatura, está oferecendo resistência à ação de agentes públicos.
DC – O fato da ação dela incitar que outras pessoas façam o mesmo é agravante?
Korff – Será considerado. Ela tem uma participação de líder, como posso dizer, naquele momento, porque só ela está ali de representante da UFSC. E depois sobe, insite e amassa a viatura, o que é dano ao patrimônio público. Esse é o estopim do conflito, uma atitude inconsequente que gerou um efeito de repetição na multidão.
DC – Qual seria o procedimento correto da polícia nessa situação?
Korff – Nesse momento vale muito o bom senso dos políciais que estão ali. O vídeo mostra que eles tiveram extrema paciência, extrema calma. Também mostra que nenhum policial ergue o tom de voz e pedem educadamente para desocuparem o capô do carro, saírem de perto para permitirem a condução do preso. Estavam tentando dialogar e tentando uma solução pacífica. Só que a intransigência dessa suposta professora e dos demais manifestantes é evidente nos vídeos. Se não houvesse essa intransigência, bastaria o professor dizer “então nós vamos até a Polícia Federal acompanhar o procedimento”. Essa opção foi oferecida pelo delegado Cassiano. Não tem problema algum, a pessoa não vai ficar presa, ela tem que responder perguntas e é verificado no sistema se ela tem antecedentes.
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