A prisão de dois homens na manhã desta sexta-feira em Florianópolis desencadeou uma nova confusão entre policiais civis e militares.
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O principal motivo foi que o delegado Nivaldo Claudino Rodrigues, da 8ª Delegacia de Polícia, no Bairro Ingleses, no Norte da Ilha, se recusou a receber os presos pela Polícia Militar, os quais eram foragidos da Justiça.
Os detentos tiveram que aguardar algemados na viatura e na frente da delegacia enquanto os soldados tentavam negociar a entrega deles. Um dos suspeitos seria de Canoas e teria fugido do sistema prisional gaúcho no último dia 22 de julho.
O outro teve o pedido de liberdade revogado e deve voltar a cumprir pena por falta de pagamento de pensão alimentícia.
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– Eu não posso receber detentos que já estão inseridos no sistema penal aqui na delegacia. Não temos estrutura e nem segurança para isto. E, além disso, os policias só tinham a informação sobre os mandados de prisões mas os documentos não, então fica impossível aceitar os suspeitos – declarou o delegado Nivaldo.
A situação acabou gerando descontentamento entre os próprios presos, que chegaram a debochar da atitude dos policiais
– É estranho, nunca vi uma reação de polícia com polícia assim né. É um negócio que eles têm que resolver entre eles, não é verdade? Estou rindo porque é uma piada mesmo – afirmou o detento Fábio Coimbra à RBS TV.
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Segundo a Polícia Militar, Coimbra é foragido do Rio Grande do Sul e cumpre pena por assalto. Jessé Morais também deveria estar preso em Florianópolis por tráfico de drogas.
– Ele mandou soltar os dois e fazer o que nós bem entendessemos com os detidos, que ele não ia receber preso na delegacia dele. Sempre fizemos operações em conjunto e nunca aconteceu isso. Em questão de semanas atrás para cá está acontecendo isso na 8ª DP – afirmou o policial militar Túlio Bueno à RBS TV.
Os presos tiveram que ser levados para a Central de Triagem, o cadeião do Estreito, na parte continental de Florianópolis. O diretor da Polícia Civil na Grande Florianópolis, delegado Ilson da Silva, garantiu que o caso será apurado com rigor pela corregedoria da instituição.
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– Uma situação estarrecedora que demonstra uma grande deficiência técnica do delegado. Para verificar se os mandados realmente existiam ele poderia ter averiguado no sistema da delegacia, o mesmo que a PM usa para confirmar este tipo de informação – disse o delegado Ilson.
Os presos deverão ser encaminhados para os sistema prisional nas próximas horas, segundo Ilson da Silva.