Autor do livro Assassinato de Reputações – Um crime de Estado, que revela bastidores do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e denuncia uma suposta estrutura oficial para produzir dossiês contra adversários políticos, o delegado Romeu Tuma Jr. foi detido nesta terça-feira em São Paulo. Ele teve de prestar esclarecimentos na sede da Polícia Federal na cidade sobre as acusações contidas no livro e falou durante 40 minutos.

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Tuma Jr. foi secretário Nacional de Justiça do governo Lula. Entre as acusações, há uma que envolve o governador do Rio Grande do Sul. Conforme o delegado, Tarso Genro não teria mandado apurar denúncia de existência de uma conta no exterior que serviria de lavanderia do mensalão. À época, entre 2007 e 2010, Tarso ocupava o cargo de ministro da Justiça.

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Tarso rebateu em dezembro de 2013 a afirmou que encaminhou à Polícia Federal todas as denúncias com indícios de corrupção que recebeu quando era ministro. Além disso, o governador ressaltou que Tuma Jr. não levou até ele a denúncia e que o ex-secretário tinha autonomia para procurar diretamente a PF.

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Em uma entrevista à revista Veja, Tuma Jr. também disse que Tarso Genro o pressionava para vazar dossiês contra adversários políticos do governo federal, o que foi negado por Tarso na mesma declaração dada no ano passado.

Em nota, a PF explicou que “recebeu representação do senador Aloysio Nunes Ferreira com reportagem da revista Veja noticiando supostos crimes narrados no livro Assassinato de Reputações – Um crime de Estado. Desde o mês de fevereiro, a Polícia Federal intimou diversas vezes o autor do livro, inclusive por meio de sua advogada, para que pudesse esclarecer os fatos mencionados na obra. A PF determinou condução coercitiva para que Tuma Jr. comparecesse na Superintendência em São Paulo e prestasse informações que auxiliassem na investigação”.