Para identificar os torcedores de Vasco e Atlético Paranaense envolvidos na briga generalizada na Arena Joinville, a Polícia Civil conta com várias frentes de trabalho a fim de tentar agilizar a investigação. O delegado Paulo Reis pretende concluir o inquérito em 30 dias. Porém, ele pode pedir a prorrogação do prazo caso entenda necessário.

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Cerca de 20 policiais da Divisão de Investigação Criminal estão envolvidos no trabalho que tem seguido madrugada adentro. Agentes da Central de Polícia, onde são lavrados os flagrantes, e peritos do Instituto-geral de Perícia também participam dos trabalhos. Policiais do Rio de Janeiro e do Paraná têm ajudado a coletar informações dos torcedores de cada estado.

-São muitas informações que chegam, então, é preciso parar e analisar. Nós estamos cruzando todas essas informações e imagens e, assim, identificando os envolvidos-, destacou Paulo Reis.

No Paraná, quem colabora com a investigação é o delegado Clovis Galvão que já identificou 22 torcedores do Atlético. Ele encaminhou os dados e vídeos à DIC de Joinville ontem à tarde. No Rio, essa responsabilidade ficou a cargo do delegado Alexandre Braga, que também já repassou o cadastro da torcida organizada do Vasco.

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Uma sala de inteligência foi criada dentro da DIC para concentrar o banco de informações que chegam por e-mail e pelo site criado por uma ONG do Paraná. O site disponibiliza várias imagens do jogo para identificação.

O internauta pode clicar no rosto do suspeito e redigir os dados sobre ele. as informações são sigilosas e repassadas à polícia. As imagens da imprensa e de empresas privadas contratadas para filmar o jogo também estão sendo utilizadas pela equipe.

— A imagem na televisão é muito rápida, então temos que reeditá-la. Precisamos provar que aquela pessoa que aparece é quem estamos identificando, é um quebra-cabeça, precisamos nos ater aos detalhes-, relatou um dos policiais do Serviço de Inteligência.

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Até a última sexta-feira, a polícia havia identificado 40 torcedores e qualificado aproximadamente 25. Isso quer dizer que os 25 já tem ficha com nome completo, idade e cidade onde mora. Os demais são conhecidos apenas por apelido. Os 22 identificados no Paraná podem coincidir com os nomes identificados pela DIC ou acrescentar.

Os suspeitos serão responsabilizados individualmente. Com base no que já foi analisado, eles podem responder por tentativa de homicídio, associação criminosa, dano ao patrimônio público ou crimes do Estatuto do Torcedor, como a incitação de violência dentro de estádio de futebol.

A conclusão do inquérito depende ainda de ouvir os envolvidos para que eles também possam identificar mais pessoas que participaram da briga. O delegado Paulo Reis acredita que esta seja uma das maiores investigações de torcida no País pelo número de pessoas envolvidas.

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