Depoimentos e provas técnicas são os principais indícios que levaram à prisão preventiva do policial civil Princehumberto Silva Beccari, 48 anos, suspeito do furto de armas e drogas da 2ª Delegacia de Polícia, no Saco dos Limões, em Florianópolis.
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Responsável pela investigação, o delegado Antônio Claudio Seixas Joca, da Delegacia de Combate às Drogas (DCOD), disse que a força-tarefa mobilizada no caso conseguiu reunir uma série de testemunhos contra Beccari.
::: Preso policial civil suspeito de furtar armas e drogas de delegacia
Além disso, completou o delegado, foram apreendidos documentos e telefones celulares que também incriminariam o policial, preso na tarde desta sexta-feira.
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O delegado afirma que Beccari facilitou a entrada de quatro criminosos na 2ª DP quando estava sozinho de plantão, na madrugada de 23 de agosto, um sábado, em troca de dinheiro, cujo valor ainda não é conhecido.
Naquela noite, foram levados 50 quilos de maconha e três espingardas da Polícia Civil – o furto só foi notado na segunda-feira.
Na investigação, o delegado diz que foi possível apurar que a droga foi comercializada ainda naquele fim de semana e as armas foram parar nas mãos de uma quadrilha de assaltantes de Tijucas, cujos cinco integrantes foram mortos em confronto com policiais da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic), em Governador Celso Ramos, em 31 de agosto.
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– Ele (policial civil) era ligado e tinha amizade com um dos assaltantes que morreram nesse confronto – disse o delegado, descartando o envolvimento de outros policiais no sumiço das drogas e das armas.
Beccari está há 26 anos na Polícia Civil. Ele se recusou a dar depoimento ao delegado e o fará apenas em juízo. No fim da tarde, foi encaminhado à Penitenciária de Florianópolis.
Na saída da DCOD, no Centro, o agente, que não estava algemado, entrou na viatura da Delegacia de Homicídios sem conversar com os jornalistas. O advogado dele está em viagem fora do Brasil e não foi localizado pela reportagem.
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Segundo o delegado Joca, o policial poderá ser indiciado pelos crimes de peculato (quando o funcionário público se apropria de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio), tráfico de drogas, associação ao tráfico e corrupção de menores.
7 armas levadas da 2ª DP
Após a prisão do policial civil, o delegado Joca revelou que nos últimos anos sete armas foram furtadas da 2ª DP. Destas, até agora cinco foram recuperadas. Uma delas, que sumiu no plantão do agente preso, é uma espingarda calibre 12 que ainda não foi encontrada.
As outras duas espingardas que sumiram no plantão do policial preso estavam com os assaltantes mortos em Governador Celso Ramos.
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Mesmo com a prisão do policial, o inquérito ainda não está concluído. De acordo com o delegado-geral da Polícia Civil, Aldo Pinheiro D’Ávila, há mais pessoas envolvidas no furto que ainda estão sendo investigadas e poderão ser presas.