A Delegacia de Homicídios de Florianópolis solucionou mais um caso: a morte de Edson Luiz Pereira, 31 anos, o Macaquinho, executado com cinco tiros na tarde do dia 20, no Centro da Capital. Dois adolescentes se apresentaram aos policiais da Homicídios nesta segunda-feira (24). O motivo da execução foi uma briga pessoal entre a vítima e um dos dois adolescentes apreendidos.
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Macaquinho era chamado assim em sua comunidade, o Morro da Caixa. Antes de 2010, o chefe do tráfico local, Válter Costa Filho, o Tico, foi preso e Macaquinho ficou administrando o tráfico para ele. Acabou roubando Tico e teve que se esconder no Morro da Mariquinha, onde se tornou olheiro do patrão Zoinho e ganhou novo apelido: Mongo.
A briga que acabou com sua execução semana passada começou em 2010, numa festa no Clube Istepô, perto do Morro do Mocotó. A noite estava tranquila e casais dançavam na festa quando Macaquinho chegou mandando todos irem embora.
A reação foi imediata: um integrante do tráfico do Morro da Caixa disparou quatro tiros contra Macaquinho. Nenhum acertou. Neste dia, o então olheiro jurou vingança contra o atirador e contra o adolescente que estava junto dele, que é um dos dois jovens apreendidos nesta segunda.
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Em quatro anos, Macaquinho mandou diversos recados com ameaças:
– Se os guris não me matarem, felicidades! Eu vou matar os guris – dizia.
Em bailes funk, Macaquinho arrumava briga com os inimigos. Apontava a arma para familiares dos desafetos que não tem relação com o tráfico. Dava tapa na cara de morador. Uma vez expulsou um oficial de justiça do morro intimidando o servidor com uma espingarda calibre 12. Acabou apanhando de policiais que depois foram tirar satisfação com ele, no morro.
Macaquinho passou de olheiro para segurança do tráfico na Mariquinha, administrado da cadeia por Zoinho e na rua por Guigui.
Em 29 de dezembro de 2013, o adolescente que estava na festa do Clube Istepô e havia sido jurado de morte, passeava de carro com a família quando levou um susto. Seu carro foi alvejado por Macaquinho em plena Avenida Mauro Ramos, Centro de Florianópolis. Ninguém se feriu, os tiros acertaram apenas o carro.
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Macaquinho sempre andava armado, menos no dia em que morreu. Estava sentado no
bar Amarelinho, na esquina da Rua Bulcão Viana com a Avenida Mauro Ramos, a poucos metros do Instituto Estadual de Educação quando uma moto se aproximou. Eram cerca de 17h.
O adolescente que sofreu tentativa de homicídio no dia 29 de dezembro e que estava na festa no Clube Istepô pilotava a moto. O carona levava a arma. Quando chegaram perto do Amarelinho, o carona levantou o capacete. Macaquinho não o reconheceu e voltou a mexer no celular, sentado no bar. Tomou cinco tiros na cabeça e no tórax. Levado em estado grave ao Hospital Celso Ramos, não resistiu.
Coordenados pelo titular da Delegacia de Homicídios de Florianópolis, delegado Ênio Matos, os policiais solucionaram o crime em quatro dias de investigações. Chegaram na autoria e encaminharam os dois adolescentes de 17 anos de idade – o piloto e o carona da moto – para a Delegacia de Atendimento ao Adolescente nesta segunda. A moto foi apreendida. A arma do crime ainda não foi encontrada.
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Não deve haver vingança pela morte de Macaquinho. Os traficantes da Mariquinha disseram que a briga foi pessoal.