O desafio de começar um trabalho do zero e tornar Santa Catarina referência no Brasil é a intenção da recém-formada equipe de policiais da primeira delegacia especializada em pessoas desaparecidas do Estado.
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A unidade, terceira no país na busca de adultos e crianças, vai formar núcleos de desaparecidos com o treinamento de pelo menos dois policiais em cada delegacia catarinense.
Instalada no segundo andar da sede da Polícia Civil em São José, o serviço especializado terá, a partir do dia 24 deste mês, a responsabilidade de atender a demanda de todas as cidades catarinenses. Só neste ano, 1.951 pessoas desapareceram no Estado. Destas, 592 voltaram para casa.
O delegado Wanderley Redondo, que comandará a equipe, informou que o primeiro passo é organizar dados, mapear perfis e estatísticas para ter uma ideia da dimensão do problema em Santa Catarina.
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Com uma equipe de seis policiais e um psicólogo, o trabalho será integrado com a Polícia Civil em todo o Estado. O delegado explica que após o registro do boletim de ocorrência em qualquer delegacia a informação será repassada à unidade especializada. A equipe aplicará procedimentos como o bloqueio de documentos.
– O cadastro único de pessoas desaparecidas hoje não está atualizado. Com informações e fotos, vamos contatar aeroporto, Polícia Federal, polícias rodoviárias e empresas de transporte – explica o delegado.
Contato com parentes será prática permanente
A delegacia também vai criar uma rede de contato com policiais de outros estados para troca de informações. O diálogo constante com familiares também será uma prática dos policiais para manter o cadastro de pessoas desaparecidas atualizado.
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De acordo com o Sistema Integrado de Segurança Pública (SISP), de 2002 a 2013, foram registradas mais de 20 mil ocorrências, mas não se sabe quantos foram os localizados. A situação é bem diferente no Paraná, onde 99% dos casos são solucionados.
O Serviço de Investigação de Crianças Desaparecidas (Sicride) é referência no Brasil. Os estados de São Paulo e Minas Gerais também têm divisões específicas.
Polícia Civil estuda parceria com projeto referência
Outro caminho seria a parceria com o projeto Caminho de Volta, desenvolvido pelo Departamento de Medicina Legal da Universidade de São Paulo (USP), que cadastra os dados em um banco de DNA. O sistema é o mesmo utilizado pelo Sicride, no Estado do Paraná.
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