Comunidades reféns de mandos e desmandos, assassinatos, cracolândias a céu aberto, organizações criminosas, playboys do crime.

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A partir desta quinta-feira, o tráfico de drogas, que impulsiona uma série de outros crimes, terá um inimigo específico em Florianópolis.

É a Delegacia de Combate às Drogas (DCOD), a mais nova estrutura da Polícia Civil criada para atuar na prevenção e combate a um dos crimes que mais fomenta a criminalidade em Santa Catarina, segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP).

A DCOD será aberta às 14h em solenidade na sede da delegacia, que vai funcionar na Avenida Osmar Cunha, Centro, no mesmo prédio em que estão a 1ª Delegacia e a Central de Polícia.

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A equipe terá sete policiais, sendo um delegado, cinco agentes e um escrivão. Depois, em data ainda não estabelecida, poderá chegar a 14 policiais, com dois delegados, dez agentes e dois escrivães.

Hoje, a investigação do tráfico de drogas em Florianópolis é considerada uma realidade pouco frequente nas delegacias de polícia.

Com exceção da Divisão de Repressão a Entorpecentes (DRE) da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic), as ações têm sido pontuais. Um grupo que tem atuado é o de policiais militares do Serviço de Inteligência (P-2) da Polícia Militar.

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O diretor da Polícia Civil na Grande Florianópolis, delegado Ilson Silva, diz que até 90% dos crimes estão interligados ao tráfico de drogas. Cita roubos, furtos, sequestros-relâmpago e assassinatos motivados pela atividade ilícita. Alguns dos delitos, exemplifica o delegado, acontecem em plena área central.

– Essa delegacia avança, e muito, no combate aos tráfico e consumo de drogas. Por se tratar de uma especializada, favorece o trabalho de investigação dos fatos. Terá uma atuação semelhante a DRR (Delegacia de Repressão a Roubos), com uma dinâmica própria de trabalho. As expectativas são as melhores – diz o secretário da Segurança Pública, César Grubba.

A delegacia será comandada pelo delegado Antonio Cláudio Seixas Joca.

“É preciso integração”

A criação de delegacias especializadas é uma tendência nas polícias para o enfrentamento da criminalidade.

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Em Florianópolis, a cidade também foi pioneira com a criação da Delegacia de Homicídios e da Delegacia de Repressão de Roubos. As duas são consideradas referências na elucidação de crimes, conforme as estatísticas da Polícia Civil.

Para o professor de criminologia Alceu de Oliveira Pinto Junior, a Delegacia de Combate às Drogas é positiva, mas é preciso que haja integração da equipe com o restante da Polícia Civil e também as outras polícias.

– Sabemos que a estrutura nunca é adequada. Então a integração melhora a ação final do trabalho e impede que não haja uma setorização – destaca o professor, lembrando também que cabe ao Estado criar mais políticas públicas e programas de prevenção às drogas.

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Ainda na opinião de Alceu, tão importante quanto atacar bocas de fumo é a unidade investigar movimentações financeiras relacionadas ao tráfico de drogas.