Rússia, Cuba ou Equador?
O homem mais procurado do momento pelos Estados Unidos despistou os Estados Unidos e a imprensa novamente.
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Responsável pelo vazamento de dados do maior programa do governo americano de vigilância de dados de internet, o ex-agente de inteligência Edward Snowden, 30 anos, viajou no domingo de Hong Kong para a capital russa. Nesta segunda-feira pela manhã, houve rumores de que teria embarcado em um voo da companhia russa Aeroflot com destino a Havana, em Cuba. Duas dúzias de jornalistas compraram passagens de última hora, mas o assento 17-A, que seria de Snowden, permaneceu desocupado.
Pouco depois, o fundador da organização WikiLeaks, Julian Assange, que está há um ano na embaixada do Equador em Londres para não ser extraditado, afirmou que Snowden estava em local seguro, a caminho do Equador. A organização de Assange assumiu os custos do deslocamento do americano e da ajuda para que ele escape da ordem de prisão por três acusações de espionagem e roubo de propriedade federal.
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Segundo Assange, Snowden viajou de Hong Kong à Rússia com documentos de refugiado concedidos pelo Equador. Ontem, o governo de Rafael Correa disse que analisaria “com responsabilidade” o apelo por asilo político. Em carta, Snowden justificou o pedido por temer por sua vida.
Mesmo após a entrevista de Assange, a Casa Branca afirmou que Snowden ainda estava na Rússia. O porta-voz Jay Carney solicitou a Moscou a extradição do delator. Ele criticou a China e Hong Kong por terem permitido a saída do americano. Para Carney, a decisão foi “um regresso na relação de confiança mútua com a China” e disse que as autoridades locais foram avisadas sobre a ilegalidade da viagem:
– Não aceitamos a versão de que foi uma decisão técnica do Departamento de Imigração de Hong Kong. Essa decisão inquestionavelmente afeta a relação entre China e Estados Unidos.
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Ex-assistente técnico da CIA e ex-funcionário da Booz Allen Hamilton, prestadora de serviços no setor de defesa, Snowden trabalhava para a Agência Nacional de Segurança (NSA, na sigla em inglês) havia quatro anos, como representante da Booz Allen e de outras empresas, como a Dell.
Segundo o delator, a agência monitorou os registros de ligações de milhões de telefones da Verizon e verificou dados de milhares de usuários de internet de todo o mundo.
Petição ganha 100 mil adesões em uma manhã
Uma petição para que o governo americano perdoe Edward
Snowden pelos vazamentos sobre o programa de monitoramento de dados Prism ganhou mais de 100 mil assinaturas na manhã desta segunda. O texto elaborado por organizações de direitos humanos pode ser acessado no site da Casa Branca (whitehouse.gov), no espaço We The People. “Edward Snowden é um herói nacional e deve receber imediatamente perdão total e absoluto por quaisquer crimes que tenha cometido ou que possa ter cometido em relação aos vazamentos nos programas da Agência Nacional de Segurança”, diz a petição.
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Nesta segunda, Obama disse que o país está seguindo “todas as vias legais adequadas” para deter Snowden e garantir “que a lei seja cumprida”.