O lobista Fernando Falcão Soares, o Fernando Baiano, deixou o Complexo Médico-Penal em Pinhais, região metropolitana de Curitiba (PR), por volta das 13h30min desta quarta-feira. O delator do presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha, vai passar um ano em regime de prisão domiciliar sob monitoramento de tornozeleira eletrônica.
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Apontado como operador de propinas do PMDB no esquema de corrupção que se instalou na Petrobras entre 2004 e 2014, Baiano fez delação premiada, homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em setembro. Por suas revelações, Baiano vai para casa.
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Em seus depoimentos, Fernando Baiano revelou encontros na casa de Eduardo Cunha para cobrar propina atrasada. Ele citou Cunha como beneficiário de valores ilícitos do esquema de propinas da Petrobras.
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O lobista e operador de propinas foi preso em dezembro de 2014. O juiz federal Sérgio Moro, que mandou prendê-lo, o condenou a 16 anos, um mês e dez dias de reclusão, por corrupção e lavagem de dinheiro. Segundo a sentença, o operador teria intermediado propina de US$ 15 milhões sobre contratos de navios-sonda. Os valores teriam sido repassados à diretoria da área Internacional da Petrobras, ocupada na época por Nestor Cerveró – também preso e condenado na Lava-Jato.
Em sua delação, Fernando Baiano afirmou à Polícia Federal que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) recebeu “repasses” por meio do também lobista Jorge Luz.
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Durante acareação com o ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa, o operador do PMDB afirmou que os valores destinados a Renan tiveram origem em contratos da Diretoria Internacional da Petrobras.
Na acareação, Fernando Baiano citou Jader Barbalho (PMDB/PA), o senador do PT, Delcídio Amaral (MS), líder do Governo Dilma Rousseff no Senado, e o ex-ministro de Minas e Energia Silas Rondeau (2005-2007/Governo Lula).
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“Na questão das sondas Nestor Cerveró lhe disse que teria havido uma reunião com o ministro Silas Rondeau, Renan Calheiros, Jader Barbalho e Delcídio Amaral e que o ministro necessitava que um auxilio fosse dado ao PMDB e que a partir daquela data o PMDB passaria apoiar Nestor Cerveró junto a Diretoria Internacional.”
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Renan, Delcídio, Jader e Rondeau negam taxativamente o recebimento de valores ilícitos.
*Estadão Conteúdo