A delação da JBS é uma bomba atômica que cai sobre a cabeça de Michel Temer. Joesley Batista teria gravado o presidente da República autorizando a compra do silêncio do deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Tudo documentado, tudo nas mãos da Polícia Federal e do relator da Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin.
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Revelada pelo jornal O Globo, a delação da JBS, se tiver o conteúdo confirmado, tem poder de destruição superior à dos acordos da Odebrecht. Cautelosa nas palavras, mas catatônica com a reportagem, a base de Temer já admite nos bastidores o risco de Temer cair. A oposição já apresentou pedido de impeachment.
Assim que a notícia veio à tona, a reação em Brasília revelou o tamanho do estrago: as sessões na Câmara e no Senado foram suspensas. Parlamentares sumiram. Assessores de Temer se trancaram em gabinetes para analisar as denúncias dos irmãos Joesley e Wesley Batista. No Planalto, interlocutores mais próximos de Temer foram pegos de surpresa.
Entre advogados que operaram na Lava- Jato, no entanto, já corria o burburinho de que os donos da JBS estavam delatando. Diante das revelações do conteúdo dos relatos, a conclusão é de que a operação da semana passada, com foco no BNDES, foi um balão para pegar Antonio Palocci e desviar a atenção do real destino dos irmãos Batista.
Se as informações divulgadas até aqui forem confirmadas, houve autorização para grampear gente graúda. PMDB, PSDB, PT e PP estão no balaio da JBS. Para salvar um império de todos os escândalos em que estão envolvidos desde os governos petistas, Joesley e Wesley ofereceram um acordo de delação nunca visto na história da Lava-Jato. A dúvida agora é com o day after. O que restará do Brasil? Temer terá força para permanecer? As reformas serão arquivadas? O futuro do país está em jogo.
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