Lá pelas tantas, depois de os brasileiros abafarem duas vezes as tentativas de cânticos dos hermanos, um gritou assim:

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– Argentino maricón!

Primeiro, risos. Depois, vaias. É que podia parecer um xingamento ao tenista argentino Juan Martín del Potro, adversário de Novak Djokovic na quadra central do complexo de tênis do Parque Olímpico. Del Potro sorriu. E levou isso como combustível para produzir mais uma grande zebra dos Jogos Olímpicos — a primeira pode ser considerada a eliminação das irmãs Williams — em duelo memorável, eliminando o sérvio, número 1 do mundo e grande favorito ao ouro, por 2 a 0 (7/6, 7/6).

Del Potro parecia mesmo um cavalo, tal a potência nos saques. O sérvio tentou domá-lo com bolas cheias de efeito, especialmente de esquerda, mas foi impossível conter uma noite mágica do argentino.

– Djooiiikoooo! Djooiiikooo! – cantavam os brasileiros para o amigão de Gustavo Kuerten, tipo “Meeengooo”.

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Del Potro venceu o primeiro set no tie break, por 7/6, em uma hora e meia de longas trocas de bola. Repetiu no segundo. O mais incrível é que Djoko jogou muito bem. Foi um jogo de poucos erros não forçados, em que cada ponto era conquistado após trocas de bola no fundo, deixadinhas venenosas e paralelas milimétricas.

A torcida brasileira, que torceu muito pelo sérvio, deixou a quadra central frustrada, mas aplaudiu o argentino. Del Potro, em uma das maiores atuações da carreira, emocionou-se abraçado a Djokovic, ao final de uma partida cheia de respeito de parte a parte.

Enfim, o fato é que Djoko, um dos mais queridos atletas da Olimpíada, especialmente no coração dos brasileiros, pela sua amizade com Guga, está fora.

*ZHESPORTES