Servidores públicos vão ser indiciados por crimes no inquérito do desvio de peças do complexo administrativo da Secretaria de Segurança Pública (SSP), em São José, na Grande Florianópolis. A polícia deverá concluir que houve fraude na licitação e peculato e anunciou que mandará, ainda esta semana, o resultado da investigação ao Judiciário.

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Os dias finais do rumoroso inquérito estão sendo marcados por uma cena pouco comum: delegados interrogando a própria cúpula da Segurança Pública catarinense. Foi isso que aconteceu na tarde de ontem, por mais de duas horas, no depoimento do secretário da SSP, César Grubba.

Os delegados da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic) Alexandre Carvalho de Oliveira e Rodrigo Green, além de uma escrivã, ouviram Grubba em seu gabinete, na sede da SSP, no Centro. Grubba é testemunha na apuração.

Os policiais entraram às 17h na SSP e saíram depois das 19h. Somente o delegado Alexandre conversou rapidamente com os jornalistas, informando apenas que o depoimento foi esclarecedor e que Grubba ajudou a esclarecer dúvidas dos policiais. Pela sua assessoria de imprensa, o secretário disse que o depoimento foi tranquilo e uma oportunidade para esclarecer todos os fatos.

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A demora, comentou Alexandre, aconteceu por causa de detalhes no processo que tratou da destinação de sucata pela SSP, mas que a Deic acabou constatando desvio de motores – alguns deles foram encontrados num ferro-velho de Joinville, onde possivelmente seriam comercializados.

Os delegados disseram que falta ser ouvido apenas o secretário-adjunto da SSP, coronel Fernando de Menezes. A data ainda não foi marcada. Tudo indica que será hoje e amanhã.

– O inquérito está pronto. Só falta o depoimento do secretário-adjunto. Até quinta-feira deveremos mandá-lo relatado para a Justiça – declarou o delegado Alexandre, confirmando que haverá indiciamentos, mas sem apontar nomes.

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