Uma operação da Divisão de Repressão ao Crime Organizado (Draco) da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic) nesta sexta-feira em quatro cidades do Estado teve como foco a atuação de uma facção criminosa catarinense. Até o final da manhã, 20 pessoas foram presas em flagrante ou tiveram mandados cumpridos em Florianópolis, São José, Palhoça e São Pedro de Alcântara, onde estão detidos quatro dos alvos da ação. Os agentes também apreenderam quatro pistolas, um fuzil 762, uma mochila cheia de munições e carregadores de armas e drogas.

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A investigação revelou que os líderes do Primeiro Grupo Catarinense (PGC) deram ordens de dentro da Penitenciária de São Pedro de Alcântara, na Grande Florianópolis, para a retomada de pontos de tráfico no Norte da Ilha e no Bairro Monte Cristo, região Continental da Capital. Informações obtidas durante as investigações apontam a ligação da facção com a chacina na Costeira do Pirajubaé, na Capital, em 5 de abril deste ano. O mesmo PGC foi responsável pelos ataques a ônibus e prédios públicos ocorridos no Estado entre entre e 2015, em quatro ondas de atentados.

Responsável pela Draco, o delegado Antonio Claudio Seixas Joca diz que os principais pontos da operação desta sexta-feira foram os morros do 25 e do Motocó, a comunidade Chico Mendes e o Bairro Saco dos Limões, ambos em Florianópolis, além do Jardim Zanelato, em São José, e os bairros Pinheira e Aririu, em Palhoça.

— A gente captou informações de repasse de ordens para as lideranças de rua fazerem a retomada de territórios na Novo Horizonte (no Bairro Monte Cristo) e na região Norte da Ilha — explica o delegado.

Os quatro alvos da operação que já estavam presos em São Pedro de Alcântara são apontados por Joca como líderes da facção criminosa no Estado. Um integrante do alto escalão do grupo foi detido na Chico Mendes. A área de atuação dele é o Morro do Mocotó, onde ele seria um dos envolvidos na troca de tiros com a Polícia Militar (PM) no último fim de semana.

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O delegado não descartou a transferência dos presos para as outras unidades a fim de evitar novas trocas de informações.

— A gente sabe que nunca conseguiremos parar a comunicação. Todos têm direito à visita. Claro que o telefone facilita, mas não quer dizer que o bloqueador vai impedir o repasse de informação. O nosso objetivo é identificar e prender as lideranças que articulam ações em rua como chacinas e queimas de ônibus — revelou Joca.

Os presos na operação vão responder por organização criminosa, tráfico de drogas, associação para o tráfico, corrupção de menores e porte ilegal de arma. Há também envolvimento de parte dos detidos em homicídios ocorridos na Grande Florianópolis neste ano, mas as informações serão repassadas à Delegacia de Homicídios da Capital.

*Colaborou Diogo Vargas