Pela segunda vez neste ano a agência do Banco do Brasil no Centro de Penha foi alvo de criminosos especializados em arrombamentos com o uso de explosivos. Um quilo de dinamite foi retirado de um dos três caixas eletrônicos da agência, na terça-feira de manhã. A polícia agora trabalha para identificar a quadrilha responsável. O delegado da Divisão de Roubos e Furtos da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic), Anselmo Cruz, diz que o caso está sendo acompanhado em parceria com a polícia local.

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Os bandidos fugiram antes da explosão, que não se concretizou. Uma falha na detonação impediu que os caixas fossem pelos ares. A polícia acredita que as duas bananas de dinamite poderiam destruir todo o prédio. O Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) foi acionado para retirar os explosivos.

Veja como foi a atuação do Bope com os explosivos:

A operação com o uso de cordas, para garantir a segurança dos policiais, durou menos de 20 minutos. A Polícia Militar foi acionada por volta das 5h. Ao verificar a presença dos explosivos, o Bope foi acionado e a área isolada. A retirada ocorreu pouco antes das 8h. Até o prédio da prefeitura, que fica em frente ao banco, foi isolado

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Comandante da guarnição do Bope, o tenente Lucius Carvalho disse que mesmo se tratando de uma quantidade aparentemente pequena, a dinamite seria capaz de causar estilhaços que atingiriam o prédio. Após a retirada, a dinamite foi levada para uma área isolada e detonada.

Segundo a Polícia Militar, os bandidos fugiram do local logo após a detonação falhar. Ninguém da redondeza viu o carro em que estavam ou quantos eram. As imagens das câmeras de monitoramento da agência devem ajudar na identificação dos suspeitos. Essa é a segunda vez no ano que a mesma agência é alvo da ação dos caixeiros.

Em fevereiro, uma operação da Deic resultou na prisão de quatro envolvidos e morte de um deles. O grupo foi flagrado pela polícia no momento em que instalava as dinamites nos caixas. Eles tentaram fugir e houve confronto com a polícia, quando um dos suspeitos acabou baleado e morto.

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O delegado Anselmo destaca que alguns dos indivíduos envolvidos com as explosões em 2011 não foram presos e outro foram soltos. Por isso, é possível que eles estejam ligados a esse novo ataque.

Quadrilha especializada

A polícia acredita que assim como em fevereiro, a quadrilha que armou as dinamites no caixa ontem era especializada. Para impedir que policiais militares chegassem ao local rapidamente, os criminosos espalharam miguelitos pela Avenida Eugênio Krause, que leva ao banco.

O soldado Carlos Eduardo explica que é comum a viaturas andarem na contramão durante ocorrências para cortar caminho ou chegar com mais agilidade. Os bandidos sabiam desse tática e espalharam os miguelitos, espécie de espetos usados para furar pneus, justamente na contramão. Por sorte ontem a viatura se deslocou ao local na mão correta e não foi atingida pelos obstáculos.

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O comandante da PM em Penha, major Hélio Puttkammer, explica que algumas quadrilhas se especializaram em arrombamentos com uso de explosivos por representar menos risco que assaltos à mão armada. Além disso, a quantidade de dinheiro nos caixas eletrônicos é maior.

– Ano retrasado houve uma série de explosões em cidades menores e agora tinha dado uma parada – diz.