O delegado Walter Watanabe, da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic), responsável pelo inquérito que levou à prisão do ex-deputado estadual e ex-secretário de Turismo, Cultura e Esporte de SC, Gilmar Knaesel (PSDB), afirma que o político figurava no topo entre os 13 investigados suspeitos de desviar ao menos R$ 551 mil em verbas públicas de subvenções. A fraude apurada na Operação Bola Murcha envolveria ao menos seis Organizações Não Governamentais (ONGs) de Biguaçu e região, onde eventos que recebiam verbas públicas não eram realizados.

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— Era uma associação criminosa, cada um tinha a sua função que era de conhecimentos de todos, mas nem todos se conheciam. Havia a base e o topo, onde ele (Knaesel) era blindado para que não chegasse ao conhecimento de todos eles a sua participação, mas todos sabiam qual era o deputado — disse Watanabe.

Além de Knaesel, foram presas outras quatro pessoas em ordens de prisão preventivas decretadas pela Justiça em Florianópolis. O assessor parlamentar Arlindo Cleber Correia seguia foragido da Justiça até às 17h e a Deic não havia recebido nenhum contato dele ou advogado sobre possível apresentação à polícia.

Sobre as cinco prisões pedidas pela Deic, o delegado pontuou que um dos motivos foi a necessidade da conveniência da instrução criminal, pois alguns investigados estariam tentando aliciar ou manipular versões ou fatos de depoimentos pelas testemunhas.

Fazem parte da investigação depoimentos, confissões, denúncias, relatórios e documentos cruzados em conjunto com o Ministério Público de Contas, Tribunal de Contas do Estado e Ministério Público de SC. A Deic também afirma ter gravações em escutas telefônicas autorizadas pela Justiça sobre os investigados, mas nenhuma delas foi apresentada aos jornalistas.

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A defesa de Gilmar Knaesel afirma que ele nega irregularidades e que ainda não teve acesso ao processo para saber os motivos pelos quais houve a prisão.