Cheques e dinheiro foram apreendidos na casa e na oficina do empresário Isaías Gomes dos Santos, o principal alvo da CPI dos Táxis, em Florianópolis, nesta quinta-feira.

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A polícia afirma que deu apoio aos vereadores e que irá abrir investigação ao final dos trabalhos legislativos se houver algum indício de atividade criminosa.

A CPI conseguiu ordem judicial de busca e apreensão para a Oficina 1.0, no Bairro Capoeiras, e a casa de Isaías, no Bairro Pedra Branca, em Palhoça. Policiais da Divisão de Repressão a Entorpecentes (DRE), da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic) cumpriram os mandados.

Nem policiais nem vereadores quiseram detalhar valores apreendidos. O motivo, disseram, é o sigilo decretado pelo juiz que expediu as ordens, Hélio do Valle Pereira. Policiais ouvidos pelo DC disseram que as quantias em cheques seriam altas.

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O advogado do empresário, Orlando Antônio Rosa Jr., confirmou a informação especulada que os cheques alcançariam cerca de R$ 500 mil, mas diz que eles têm data de 2011 e seriam referentes a negócios do comércio de imóveis de Isaías e de terceiros, que teriam sido desfeitos e anulados.

– São de negócios que não deram certo – declarou o advogado sobre os cheques.

Em relação a documentos apreendidos, o advogado afirmou que são da empresa de turismo da mulher e de um irmão de Isaías e esperava a devolução ainda na noite desta quinta-feira. O dinheiro apreendido, cerca de R$ 1,5 mil, seria da igreja em que a mulher do empresário é tesoureira.

O delegado Cláudio Monteiro, chefe da DRE, esteve à tarde na Câmara acompanhando a abertura dos malotes com o conteúdo apreendido. A CPI se reuniu a portas fechadas para analisar o material. Guardas municipais fizeram a escolta da porta principal. Isaías não estava em nenhum dos lugares em que foram cumpridas as buscas.

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– É a primeira vez que uma CPI da Câmara de Vereadores de Florianópolis consegue ordem judicial de busca e apreensão, por todos os documentos que temos e anexamos no pedido ao juiz pela liminar – disse o vereador Tiago Silva, relator da comissão parlamentar de investigação.

A expectativa dos vereadores é comprovar com os documentos a existência de um suposto comércio ilegal de placas de táxis na Capital. Ainda, a de um suposto controle pelo empresário de uma frota de cerca de 60 táxis na cidade. O empresário nega as suspeitas.

O delegado Monteiro afirmou que não há inquérito aberto para investigar Isaías ou suposto esquema de arrendamento de táxi que vem sendo apurado pela CPI. Segundo ele, a polícia irá aguardar o resultado da CPI e depois decidirá se abrirá investigação caso haja indícios de atividade criminosa.

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Advogado diz que empresário irá a depoimento

O depoimento de Isaías Gomes dos Santos à CPI dos Táxis deverá acontecer na manhã desta sexta-feira. O empresário falaria nesta quinta-feira, mas não compareceu a Câmara.

O advogado comentou que Isaías não foi ao depoimento agendado para quinta-feira porque não havia sido intimado até então, mas que deverá comparecer na sexta na Câmara. Isaías conseguiu habeas corpus preventivo na Justiça, o que lhe dá o direito de ficar calado e de não ser preso na CPI.

Os vereadores acertaram com o advogado de Isaías, que representa o empresário e outros proprietários de placas, a presença dele nesta sexta, a partir das 9h. Outras nove pessoas devem ser ouvidas, como Silvio Gomes dos Santos e Alexandre Hermes da Rosa. Os depoimentos serão em sigilo.

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* Colaborou Thiago Santaella