Encerrada a fase de depoimentos, a Justiça vai julgar nos próximos dias pedidos de liberdade dos presos acusados do assassinato da agente penitenciária Deise Alves, em São José, na Grande Florianópolis. A decisão será do juiz da 1a Vara Criminal, Otávio Minatto.
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O magistrado primeiro pediu a manifestação do promotor que atua no caso, Jádel da Silva Júnior, que pretende dar posicionamento até sexta-feira.
Um outro pedido de advogados de defesa a ser julgado é a realização de reconstituição na frente da casa em que Deise foi morta, com a presença de testemunhas, no Bairro Roçado.
Ao final de três dias de audiências, nesta quarta-feira, o promotor se mostrou esperançoso em dar rapidez no julgamento final.
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– Acredito que em um mês e meio saia a decisão se os réus vão ou não a júri popular e até o final do ano seja realizado o julgamento. O juiz vai dar prioridade absoluta a esse processo – disse o promotor.
O juiz Minatto confirmou a prioridade, mas não quis estabelecer data para o julgamento. Os próximos passos são as decisões sobre pedidos das defesas. Depois, haverá prazo para alegações finais e então haverá a sentença de pronúncia em que o juiz decide se os réus devem ou não ser julgados pelo homicídio em júri popular.
Para o magistrado, a experiência da videoconferência para ouvir os presos que estão na Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, teve êxito. Em 20 dias, será disponibilizado à Justiça e aos advogados um DVD com o conteúdo das audiências online.
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Esse mesmo tipo de procedimento online será utilizado pela Justiça de Blumenau em setembro nas audiências do julgamento da onda de atentados a ônibus e unidades policiais em Santa Catarina. São 98 réus e pelo menos 20 deles estão presos em Mossoró.
“Não teria porque fazer crueldade dessa”
Acusado de disparar o tiro que matou a agente Deise, o jovem Marciano Carvalho dos Santos, 19 anos, declarou ser inocente em seu depoimento, nesta quarta-feira à tarde.
– Não teria porque fazer crueldade dessa que estão me acusando. Não tenho motivos e não conheço essas pessoas – afirmou Marciano.
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O preso disse estar ameaçado de morte na prisão e pediu medida de segurança ao juiz. Ao ser detido pela Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic), na época, Marciano apresentava ferimento na perna esquerda. Segundo a polícia, foi um tiro dado pela agente Deise quando esta revidou ao disparo que sofreu, na frente de casa.
Marciano afirmou que o ferimento havia sido causado por disparo acidental com uma arma na casa de um vizinho. Ele não quis apontar o nome do dono da arma por receio de sofrer represálias.
Oldemar da Silva, o Mancha, último a ser interrogado, disse ser inocente e que estava em casa, no Bairro Brejaru, em Palhoça, na noite do crime. Continuam presos no Estado pela morte Marciano, Oldemar e Fabrício da Rosa.
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Em Mossoró, apontados como mandantes estão Evandro Sérgio Silva, o Nego Evandro, Adílio Ferreira, o Cartucho, Rudinei Ribeiro do Prado, o Derru, e Gian Carlos Kazmisk, o Jango. Todos negaram envolvimento.
A advogada Fernanda Fleck Freitas, responderá em liberdade, pois ganhou liberdade provisória. Ela é acusada de ser mensageira do Primeiro Grupo Catarinense (PGC) e também nega envolvimento.
O último réu, Rafael de Britto, o Shrek, segue foragido. A polícia suspeita que ele esteja morto, hipótese que chegou a ser levantada nas audiências por advogados, mas sem nenhuma confirmação até agora.
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