A tese da Polícia Civil de que Leandro Boldrini foi mentor da morte do filho não mudou a convicção do advogado dele, Jader Marques, de que as provas são frágeis. Desde a prisão, o defensor vinha tentando demonstrar que o médico amava o filho, uma estratégia para enfraquecer a imagem de pai omisso e ausente.
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– Depois de anunciar que apresentaria provas, a delegada concluiu o inquérito manifestando apenas a sua opinião pessoal. Nada aponta para a conclusão de participação do pai – disse Marques.
O advogado nega suposto acerto entre as defesas para livrar Boldrini. Na segunda-feira, ZH revelou que escutas telefônicas faziam parte dos indícios reunidos pela polícia. Em conversas entre familiares do médico, foi dito que estava “acertado entre os três advogados” que as duas mulheres não implicariam Boldrini. Os diálogos indicariam que, em troca, o médico, com renda mensal em torno de R$ 40 mil, sustentaria ambas.
Os defensores de Edelvânia Wirganovicz e Graciele Ugulini não foram localizados ontem. Os dois têm sustentado que não houve premeditação. Graciele, ao depor à polícia, disse que a morte foi acidental, e que a amiga só ajudou a enterrar o corpo. O advogado de Edelvânia colocou a confissão dela sob suspeita, por ter ocorrido sem a presença de advogado, e disse que ela só ocultou o corpo.
QUARTO SUSPEITO NÃO FOI INDICIADO
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Como o prazo da prisão temporária de Boldrini, Graciele e Edelvânia venceu ontem, a polícia pediu a preventiva dos três, o que foi aceito pela Justiça. Com isso, pai, madrasta e a amiga dela podem ficar presos durante todo o processo, se for preciso. O juiz Marcos Luís Agostini também levantou o segredo de justiça no inquérito.
Irmão de Edelvânia, o motorista de caminhão Evandro Wirganovicz, cumpre prisão temporária desde sábado por suspeita de envolvimento, mas ainda está sob investigação e não foi indiciado. Ele é suspeito de ter aberto a cova.