A Defesa Civil está monitorando a possibilidade da fumaça das queimadas da Amazônia chegar em Santa Catarina. De acordo com o órgão, resquícios do fenômeno podem ser registrados nas regiões do Oeste, Extremo-Oeste e Planalto Norte entre esta quinta (8) e sexta-feira (9). Para especialistas, isto pode influenciar na ocorrência de chuvas no Estado.
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De acordo com professor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Renato Ramos da Silva, o clima seco influência na formação de queimadas na região amazônica. A fumaça, causada por esse fenômeno, então, é transportada para Santa Catarina por meio do vento, que costeia principalmente a região dos Andes.
— Quanto mais se queima lá, mais a fumaça chega. E não é só a fumaça. Quando se queima a madeira você, libera o monóxido de carbono, o CO2, são gases que são invísiveis, mas estão presentes na atmosfera — explica.
Conforme o meteorologista chefe da Defesa Civil, Murilo Fretta, imagens de satélite mostram a possibilidade da presença do fenômeno entre esta quinta e a tarde de sexta-feira, principalmente nas cidades que fazem divisa com o Paraná, onde a fumaça já foi vista nesta quarta-feira.
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— Até a tarde de amanhã nós temos a condição pré-frontal, onde esses jatos se intesificam e fazem o constraste entre o ar quente e o ar frio. Porém, com a chegada de uma frente fria e a virada do vento, isso começa a dispersar esses ventos [que trazem a fumaça] para São Paulo, Paraná e Rio de Janeiro — pontua o meteorologista.

Fumaça pode influenciar na formação de chuvas
Apesar de preocupante, o professor Renato Ramos explica que esse é um fenômeno recorrente e que está ligado a dois fatores: o clima da Amazônia, que está mais seco, e as queimadas na região. E a fumaça reflete diretamente na diminuição das chuvas nessa época do ano.
— Quando você tem essa fumaça, ela absorve radiação. Geralmente o ar quente, se você tem uma camada quente na atmosfera, ele vai ficar estagnado e não forma nuvens e nem chuva. Ou seja, essa fumaça é ruim para a formação do fenômeno, já que causa uma inversão técnica — explica.
Além disso, Murilo Fretta, meteorologista da Defesa Civil, ressalta que a fumaça também pode trazer dados à saúde.
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— Ela pode trazer complicações principalmente para quem tem doenças respiratórias. Por isso, nós mantemos essa observação, junto as agências de saúde, e em caso de ocorrências, a pessoa deve entrar em contato com a Defesa Civil — reforça.
Rastro de fumaça já atingiu outros Estados
De acordo com o g1, a “nuvem” de fumaça provocada por queimadas na Amazônia já atingiu os estados de São Paulo e Paraná, além da Bolívia. Rastros também foram registrados no Acre, Amazonas, Rondônia, Roraima, Mato Grosso e Pará.
Só em Rio Branco, Capital do Acre, a poluição do ar atingiu 13 vezes mais que o recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Conforme o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), os primeiros dias de setembro já superaram o número de queimadas na Amazônia registrados no mês inteiro no ano passado.
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Em 2022, foram 18.374 focos de incêndio entre 1 e 7 de setembro de 2022. Já em 2021, foram registrados 16.742 focos no mês inteiro de setembro.
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