A Defesa Civil de Blumenau decidiu na tarde desta quarta-feira (25) pela interdição da obra de um hotel às margens da Via Expressa, em Blumenau.
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A decisão foi tomada após a reportagem do Santa que apontava uma nova movimentação da encosta no mesmo local onde três trabalhadores morreram soterrados, em março deste ano.
A interdição é válida "até que a empresa apresente um novo plano de ação que não apresente riscos à segurança dos moradores e dos trabalhadores". Em nota, a Defesa Civil disse ainda que "continuará monitorando a situação".
Entenda o caso
Parte da área onde está sendo construído um hotel às margens da Via Expressa, em Blumenau, foi interditada preventivamente na tarde de terça-feira (24). O isolamento ocorreu após o deslocamento de um bloco de concreto sobre a encosta do morro por conta da intensa chuva dos últimos dias.
A reportagem do Santa foi ao local na manhã de terça, após denúncia de um funcionário que alegava insegurança na obra por ter sido obrigado a trabalhar embaixo do talude onde ocorreu o deslocamento do bloco de concreto. De acordo com o trabalhador, que não quis se identificar, havia temor entre os empregados que ocorresse outro deslizamento de terra enquanto estavam próximos da encosta.
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O que diz a empresa
A Beluga Estruturadora de Negócios, responsável pela obra, admite que houve deslocamento da placa de concreto projetado, colocada para impermeabilizar a área, após a chuva dos últimos dias. E que o encarregado tinha no planejamento isolar a área, após conversa com todos os trabalhadores no domingo, para que ninguém trabalhasse naquele local.
Também admite que tinha a informação de que um funcionário alegava que o encarregado exigia que os empregados trabalhassem na área de risco. Todavia, afirma que os funcionários são contratados por empresa terceirizada e que não foi autorizado que trabalhassem em área de risco, assim como em nenhum momento deixaram de ser assistidos por um responsável técnico.
Após o deslocamento da placa, a empresa iniciou laudo e projeto para ter novamente a segurança necessária naquele ponto específico, que fica sobre o centro da encosta. Não há informação ainda se haverá novo bloco de concreto projetado ou outra estabilização. Ainda não há prazo para a conclusão desse projeto. Também reafirma que não há risco aos trabalhadores e que o restante da encosta está estabilizado, com acompanhamento de geólogo. Por fim, ressalta que o projeto foi aprovado pela Defesa Civil e que tomará outra medida de segurança.