A torcida que for ao Estádio Hercílio Luz sexta-feira para assistir ao jogo entre Marcílio Dias e Metropolitano pela Copa Santa Catarina terá menos espaço para acompanhar a partida. O clube itajaiense anunciou ontem que toda a arquibancada descoberta sul está interditada pela Defesa Civil. São cerca de dois mil lugares a menos, restando pouco mais de quatro mil vagas na descoberta leste e na arquibancada coberta.

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A interdição, conforme o órgão municipal de Itajaí, foi necessária por precaução. O Ministério Público havia pedido uma avaliação da arquibancada descoberta. Os engenheiros da Defesa Civil visitaram o local e verificaram problemas estruturais e de infiltração, segundo o chefe do departamento, Everlei Pereira.

– Lá eles entenderam que nenhuma medida apontada no Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o Ministério Público havia sido tomada, então, como prevenção, a Defesa Civil resolveu pedir a interdição – explica Pereira.

Apesar de o assunto ter grande repercussão na diretoria do Marcílio Dias ontem, Everlei diz que a interdição já tinha ocorrido há alguns dias. Inclusive o laudo dos engenheiros foi assinado pelo atual presidente do Marinheiro, Nildo Cassaniga. De acordo com a Defesa Civil, a decisão não implica em problemas para o clube, já que todo o restante do estádio está liberado para o confronto com o Metropolitano. A determinação dura seis meses, mas se nesse prazo os problemas apontados pelos engenheiros não forem corrigidos, a medida deve ser prolongada até que as obras necessárias sejam executadas.

O diretor de futebol e presidente eleito do clube, Marlon Bendini, confirma que a decisão já era conhecida na semana passada, mas que o documento oficial interditando a arquibancada chegou ao Marcílio apenas no fim da tarde de segunda-feira. Ele garante que as melhorias serão feitas atendendo os prazos estipulados. – Já sabíamos de conversas sobre a interdição, mas estamos tranquilos. Pelo público que tem vindo aos jogos da Copa SC, a falta dessa arquibancada não vai trazer nenhum prejuízo ao torcedor. Vamos fazer as obras devagar, sem pressa, até porque temos tempo. Depois da Copinha só teremos jogos na metade do ano que vem – avalia.

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Ministério Público

No dia 11 de outubro, a diretoria do Marcílio Dias assinou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o Ministério Público. No documento o clube se compromete a fazer uma série de adequações estruturais no estádio, entre elas recuperação de pilares, eliminação de pontos de fissuras, solução para infiltrações, limpeza geral, implantação de mais alambrados e catracas e apresentação originais e cópias de documentos relacionados a prevenções de incêndios, higiene e condições sanitárias e segurança.

Cada melhoria tem um prazo para ser realizada que variam de 30 a 180 dias, mas por enquanto nenhum deles está vencido. No caso de descumprimento de qualquer compromisso assumido com o Ministério Público, os jogos programados para o Hercílio Luz ocorrerão sem a presença de público. Também são previstas punições financeiras, com multa diária de R$ 500 para cada obrigação não cumprida.

Julgamento sobre briga de torcidas é adiado

O julgamento sobre o confronto entre torcedores de Marcílio Dias e Joinville, após o confronto entre as duas equipes no dia 18 de setembro, foi mais uma vez adiado. O processo estava na pauta de ontem do Tribunal de Justiça Desportiva de Santa Catarina (TJD-SC), mas foi retirado da sessão a pedido do presidente da 4ª Comissão Disciplinar, Adriano Gayer.

A justificativa é que o Joinville jogava pela Série B do Campeonato Brasileiro na mesma data, o que no entendimento de Gayer poderia causar prejuízo à defesa. Não há uma nova data para o julgamento, que já deveria ter ocorrido em outras duas datas do mês de outubro quando também foi adiado.

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O Marcílio Dias foi denunciado nos artigos 211 e 213 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva, podendo ser multado em até R$ 100 mil e perder mando de campo. O JEC será julgado no artigo 213 do CBJD e pode sofrer as mesmas punições do clube itajaiense.