O vendaval foi na tarde de terça-feira, mas só no meio da manhã de ontem foi possível ter uma dimensão dos estragos em Presidente Getúlio, no Vale do Itajaí. Para chegar até as propriedades atingidas, primeiro foi preciso abrir caminho. Bombeiros de quatro cidades ajudaram na tarefa e máquinas da prefeitura foram usadas pra agilizar o trabalho. A comunidade mais afetada foi Serra Vencida.

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O cenário é parecido ao registrado nos tornados de Guaraciaba, em 2009, e de Xanxerê, em 2015. A diferença é que a área afetada no Alto Vale foi menor e se trata de uma comunidade rural. Em nota enviada, por volta das 15h30, a Epagri/Ciram definiu o fenômeno, em Presidente Getúlio, como uma microexplosão com velocidade de ventos estimada em mais de 150 km/h. Dezenas de casas foram destelhadas. O galpão que era usado para guardar as máquinas agrícolas veio abaixo e vários animais morreram.

– Vi que estourou um eucalipto no fundo do rancho, daí tentei sair pela porta da frente, mas a porta não abriu mais. Tinha um lugar que faltava duas tábuas no rancho e saí por lá para ir para a garagem da casa do vizinho me defender – contou o operador de máquinas, Adriano Wiemes.

A casa em que Adriano se abrigou perdeu o telhado. O vento arrancou a janela, mas ela está de pé. Para o alívio de Loreni. Ela não estava em casa, mas a filha e os dois netos pequenos, sim.

– Graças a Deus ninguém se machucou, porque Deus é grande, a gente tem fé. Deus protegeu a minha filha e os meus anjinhos, que são os meus netos – lembra.

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A agricultora Mirim Poffo diz que perdeu o chão, e o sustento da família está comprometido.

– Perdemos 95%, porque tinha mais ou menos 300 sacos de milho para colher seco. Uns 30 quilos de semente de silagem para o gado e não tem mais nada. Restou a vida. É hora de recomeçar. Levantar a cabeça, com muita dificuldade, rezar bastante, fé em Deus e recomeçar – pondera a agricultora.

A tempestade começou por volta das 16h e durou menos de 10 minutos. A prefeitura ainda não sabe o tamanho do prejuízo, mas estuda a possibilidade de decretar situação de emergência.

– Nossa equipe está na estrada, está fazendo o levantamento de quantas casas, quantas propriedades foram atingidas, o que aconteceu para, no máximo em 24 horas, dar o respaldo e o levantamento econômico da situação – projeta o coordenador da Defesa Civil de Presidente Getúlio, Lúcio Bittencourt.

(Informações de Eduardo Cristófoli, da NSC TV)