Os órgãos de Defesa Civil do Vale do Itapocu estão se preparando para enfrentar o período de chuvas de verão, que se estende de janeiro a março, quando costumam ocorrer casos de alagamentos e deslizamentos.

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O objetivo é planejar ações para agir em situações de emergência, quando existe a necessidade de retirar famílias em áreas de risco, transferi-las para abrigos provisórios e realizar a distribuição de donativos para as vítimas. O primeiro passo para garantir que o trabalho aconteça de forma organizada aconteceu na terça-feira, quando o colegiado de Defesa Civil da Associação dos Municípios do Vale do Itapocu (Amvali) se reuniu com gestores dos órgãos na região.

O consultor da Amvali, Paulo Almeida, diz que a intenção foi destacar a importância de manter os trabalhos realizados pelos atuais prefeitos apesar da troca de administração municipal.

– Com o momento de transição, é importante que a equipe que está saindo passe essas definições para quem está entrando – explica.

Se um desastre natural acontecer, uma das estratégias a serem adotadas é o sistema de comando de operações, quando a Defesa Civil mobiliza entidades governamentais e não governamentais para ajudar a população atingida.

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Na região, Jaraguá do Sul é exemplo nesse tipo de atuação: o município conta com a participação de 20 instituições, incluindo bombeiros, polícia e clubes de jipeiros, entidades assistenciais, grupos de busca e salvamento, entre outras.

O sistema de comando de operações foi acionado quando ocorreram as chuvas em janeiro de 2011, quando a cidade foi atingida por uma enxurrada que deixou 16 mil casas danificadas e 54 destruídas.

Almeida destaca que a ajuda desses profissionais e voluntários foi fundamental para que as vida das vítimas voltasse mais rápido à normalidade. Para ele, as políticas de prevenção adotadas pelos municípios também tem mostrado resultados positivos.

– Nos últimos anos, os órgãos se estruturaram melhor e os moradores ficaram mais conscientes sobre como agir em situações de alerta. Exemplo disso é que a chuva de 2011 teve uma amplitude maior que a de 2008 e mesmo assim não houve mortes na cidade – comenta. ?

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Órgão evoluiu depois da tragédia de 2008

O consultor da Amvali, Paulo Almeida, afirma que a estruturação das Defesas Civis catarinenses ganhou força após a enchente de 2008, quando 135 pessoas – 13 só em Jaraguá do Sul – perderam a vida em alagamentos e deslizamentos.

Hoje, as sete cidades abrangidas pela Amvali – que inclui também Barra Velha e São João do Itaperiú – possuem Defesa Civil, algo que ainda não era realidade em todos os municípios há quatro anos. Naquela época, a maioria dos gestores dos órgãos acumulavam outros cargos nas Prefeituras, dedicando-se apenas às emergências e não à prevenção de desastres naturais.

– Hoje a situação é bem diferente e o próprio governo federal exige dos municípios esse planejamento como requisito para liberar recursos – destaca.

Moradoras do bairro Barra do Rio Molha, a faccionista Claudia Santos, 33 anos, e a mãe dela, Jurema Spezia dos Santos, 59, sabem o quanto é importante dar atenção aos sinais da natureza.

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Durante a enchente de 2008, o bairro foi atingido por desmoronamentos e elas foram orientadas pela Defesa Civil a deixarem suas casas por alguns dias, por prevenção. Em 2011, quando a cidade foi atingida novamente, elas tiveram de deixar o local outra vez e só voltaram depois que o risco de deslizamento havia passado.

– Antes a gente não se preocupava com isso. Agora já ficamos atentas: se chove muito, já olhamos o nível do rio e ficamos de olho no morro, para ver se não tem rachadura – diz Claudia ao lado do filho caçula, Lucas, de quatro anos.