A Defesa Civil deve recomendar a demolição de uma das maiores e mais antigas instituições de ensino de Lages, na Serra Catarinense. Inaugurada há 77 anos, a Escola de Educação Básica Aristiliano Ramos foi interditada em dezembro do ano passado devido a vários problemas de estrutura. Os 1,3 mil alunos e 90 funcionários foram transferidos, e na próxima quarta-feira, o prédio localizado no calçadão da Praça João Costa, no Centro da cidade, terá seu futuro definido.

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Confira o vídeo com imagens da escola

A última reforma geral da escola ocorreu em 2002, mas no dia 2 de dezembro do ano passado, a Defesa Civil, com base em laudos do Corpo de Bombeiros, de engenheiros da prefeitura e da Vigilância Sanitária, decidiu interditar o local por problemas como sistema elétrico comprometido, trincas na laje de sustentação das caixas d?água e acúmulo de material orgânico de pombos, infiltração e apodrecimento do forro de madeira.

Na ocasião, o governo do Estado recebeu um prazo de 90 dias para tomar as providências, caso contrário, o prédio não voltaria a ser liberado. Mas como o secretário do Desenvolvimento Regional, Jurandi Agustini, já havia adiantado que em três meses não seria possível cumprir as recomendações, nem mesmo fazer licitação para qualquer tipo de obra, os alunos foram transferidos para as escolas Vidal Ramos (antigo Colégio Rosa) e Vidal Ramos Júnior (antigo Centro Educacional), onde suas matriculas estão efetivadas.

Assim, a escola Aristiliano Ramos está fechada há mais de 11 meses. Na tarde desta quinta-feira, na companhia da Defesa Civil, a reportagem do Diário Catarinense entrou no prédio, inclusive subiu ao forro, e constatou que a fiação elétrica está exposta, o forro de madeira está esfarelando de podre e dezenas de pombas estão mortas por todos os cantos, o que faz acumular muito material orgânico que, quando chove, é levado para dentro das salas de aula junto com a água.

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– Na próxima quarta-feira vamos vistoriar o prédio com o Ministério Público e devemos recomendar a demolição do prédio. Hoje, os riscos não são para os alunos e professores, mas para as pessoas que passam pelo calçadão -, diz o coordenador municipal da Defesa Civil, Cezário Flores.

Assunto é polêmico e gera debates e manifestações

A situação da escola Aristiliano Ramos é um dos assuntos mais polêmicos de Lages desde a interdição do prédio. Na Câmara de Vereadores, por exemplo, Adilson Appolinário (PSD) e Marcius Machado (PPS) têm travado discussões sobre o tema.

Adilson, que é técnico em edificações e se baseia em laudos que consideram a recuperação inviável, defende a demolição.

– É muito arriscado e irresponsável deixar um prédio causando perigo no Centro da cidade.

Já Marcius, ex-líder estudantil, diz que o prédio é patrimônio cultural do município e precisa ser revitalizado. Ele integra um movimento em defesa da escola e que vai promover, neste sábado, a partir das 10h, uma manifestação pública no calçadão da Praça João Costa.

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– É uma escola muito tradicional, que faz parte da história de Lages e precisa ser preservada.