Cientistas do Brasil, Argentina, Uruguai, Estados Unidos, Canadá e Inglaterra conseguiram avançar no combate ao mal de Chagas. Após quase uma década de trabalho, os pesquisadores decodificaram o genoma do barbeiro, inseto que transmite a doença.
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Os especialistas acreditam que a descoberta abre uma grande porta para encontrar alternativas de combate à doença que atinge mais de 16 milhões de pessoas na América Latina, de acordo com o pesquisador Gregório Pomar, da Universidade de La Plata, em entrevista ao jornal El Clarín.
A descoberta foi apresentada ontem, em La Plata, na Argentina, durante o III Workshop Internacional de Genômica e Biologia de Triatomíneos.
O Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos destinou 4 milhões de dólares para a pesquisa que decifrou o DNA do inseto, o Rhodnius prolixus. Até agora se conhecia o genoma humano e o genoma do Trypanossoma cruzi, parasita causador da doença. Segundo Gregório, era preciso conhecer também o inseto vetor para fechar o círculo contra a doença de chagas.
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A pesquisa, liderada pelo brasileiro Pedro Oliveira, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, pode ser conferida no site www.vectorbase.org. Os resultados também serão publicados na revista Science.
Surto da doença em Santa Catarina
Em 2005, 19 pessoas foram infectadas e três morreram por causa da doença. Segundo a Secretaria de Vigilância em Saúde, a infecção se deu por meio do consumo do caldo de cana. O inseto transmissor da doença teria sido triturado junto com a cana.
O fato fez os vendedores de caldo de cana redobrarem os cuidados com a manipulação do produto.
Transmissão
A transmissão acontece pelas fezes do barbeiro depositadas sobre a pele da vítima, enquanto o mosquito suga o sangue. A picada provoca coceira, facilitando a entrada do tripanossomo no organismo. Outras formas de transmissão são a transfusão de sangue de doador portador da doença, a transmissão vertical via placenta (mãe para filho), a ingestão de carne contaminada ou acidentalmente em laboratórios.
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