A mais nova crise na cúpula da campanha de Jair Bolsonaro (PSL) é o retrato da falta de propostas claras de governo, inclusive na área trabalhista. Diante de um programa genérico, cada um fala o que pensa para, em seguida, começar uma operação apaga incêndio. Mais uma vez, o candidato que lidera as pesquisas precisou se manifestar nas redes sociais para desautorizar a declaração de um integrante de sua equipe.
Continua depois da publicidade
Depois do economista Paulo Guedes ter afirmado ser a favor da volta da CPMF, agora foi a vez do candidato a vice na chapa, o general Hamilton Mourão, declarar para uma plateia de empresários que o pagamento de 13º salário e abono de férias são “jabuticabas”, referência a algo que só ocorre no Brasil.
Um dos responsáveis pelo plano de governo do candidato, o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS) afirmou que esse assunto jamais foi tratado com Bolsonaro. Ele nega mudanças no pagamento do 13º salário, um direito previsto na Constituição. Mas como o general Mourão já falou em fazer uma nova Constituição, a confusão fica ainda maior. Apesar do aparente desgaste, é o tipo de declaração que não deve comprometer o desempenho de Bolsonaro. Em um cenário em que a polarização da disputa presidencial disfarça a superficialidade dos programas apresentados, vale mais a briga de torcidas do que o debate programático.
Leia também:
Continua depois da publicidade
PSL emite nota sobre declaração de voto de Merisio em Bolsonaro