Grande atração da noite desta terça-feira na convenção nacional do Partido Democrata em Charlotte, na Carolina do Norte, Michelle Obama não decepcionou o público.
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À sua maneira, ela fez uma prévia do discurso do marido e candidato à reeleição, Barack Obama, que falará na quinta-feira. A primeira-dama americana, por exemplo, passou longe das críticas a Mitt Romney, o rival republicano na disputa de novembro. Ela preferiu descrever de maneira emocionada as qualidades do presidente. Mas o discurso, em resumo, foi uma declaração de amor diante de todo o país.
Usando um vestido brilhante em tons de rosa, ela abriu sua manifestação exaltando as qualidades dos militares dos Estados Unidos. Em seguida, passou a falar de suas raízes familiares e das condições em que conheceu o marido.
– Éramos tão jovens, tão apaixonados… e tão endividados – disse, ao lembrar dos débitos estudantis que os dois contraíram para seguir os estudos.
Em um esforço para estabelecer os vínculos entre Obama e o americano médio, ela evitou citar o adversário democrata – mas fez críticas indiretas à plataforma de Romney, o rival milionário.
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– Para Barack, ter sucesso não significa quanto dinheiro você tem, mas sim quanta diferença você faz na vida das pessoas.
Michelle esforçou-se em apresentar o marido e as filhas como uma família americana comum – e pontuou a fala com manifestações de gratidão a pessoas simples e parentes, de origem humilde.
– Há muitas pessoas que contribuíram para o nosso sucesso, dos professores que nos inspiraram, aos funcionários que deixaram nossa escola limpa – disse.
Afirmou ainda que o dia a dia do marido na Casa Branca não mudou seu comportamento:
– Ser presidente não muda quem você é, mas sim revela quem você é. Eu amo meu marido ainda mais do que amava a quatro anos. E ainda mais nos momentos mais difíceis.
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Michelle falou brevemente sobre a economia americana, o calcanhar de aquiles da gestão Obama, ainda traumatizada pela crise de 2008.
– Quando começamos a reconstruir nossa economia (do país), Barack pensava e focava em pessoas como o meu pai ou como nossos avós. Ele pensava no orgulho que eles tinham a cada dia duro de trabalho. Por isso, cortou impostos sobre famílias de trabalhadores e pequenos empreendedores – assinalou.
A questão do aborto, assumida com coragem pelos democratas e altamente criticada pelos adversários republicanos, não foi omitida:
– Ele (Barack) acredita que nós mulheres somos mais do que capazes de tomar nossas próprias decisões sobre nossos corpos e a nossa saúde. É por isso que meu marido luta.
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E, por fim, descreveu a expectativa de um eventual segundo mandato. Pediu paciência aos compatriotas:
– Nós estamos planejando uma longa disputa aqui. A mudança é difícil. A mudança é lenta e nem sempre ocorre como gostaríamos, mas eventualmente nós chegamos lá. E nós sempre chegamos porque o foco estava lá, em pessoas como meu pai ou os avós dele.
E completou:
– Muitos homens e mulheres sacrificaram suas vidas pelos nossos mais fundamentais direitos. Certamente, nós podemos fazer nossa parte, como cidadãos dessa grande democracia, e exercer esses direitos. Certamente nós podemos, no dia das eleições, fazer ouvir nossas vozes.