Uma decisão de Brasília causou reviravolta no cenário político de Criciúma no Sul do Estado. O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que Clésio Salvaro (PSDB), vencedor das eleições municipais em 2012, que não assumiu por ter a candidatura impugnada pela Leia da Ficha Limpa, deve ser empossado como prefeito da cidade.

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::: Entrevista

“Estou apenas comemorando”, diz Salvaro

Se a mudança se concretizar, o atual prefeito, Márcio Búrigo (PP), assume como vice, cargo em que concorreu na chapa de Salvaro. Seria uma reaproximação forçada entre os dois. Aliados até as eleições de 2012, o tucano e o pepista estão atualmente com os laços políticos rompidos.

A decisão, de caráter monocrático, partiu do presidente do STF, ministro Ricardo Levandowski, que aceitou recurso da coligação de Salvaro. O argumento era de que o tucano já havia cumprido seu período de inelegibilidade (de 2009 a 2012) e que uma lei aprovada em 2010, que estende o período de punição de três para oito anos, não poderia ser aplicada a um processo já julgado.

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::: Confira a íntegra da decisão

Logo que foi informado da notícia, Salvaro reuniu-se com lideranças políticas, familiares e amigos. Por volta do meio-dia, recebeu telefonema do presidente do PSDB estadual, Paulo Bauer, parabenizando-o. Depois ficou combinado que o deputado estadual Dóia Guglielmi ficaria responsável por trabalhar na diplomação de Salvaro junto ao cartório municipal. No ninho tucano, espera-se que a posse ocorra já na próxima semana. Mas, conforme informações do STF, a diplomação só pode ocorrer após manifestação do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-SC).

Na prefeitura, Búrigo reuniu-se pela manhã com assessores jurídicos e com a cúpula do PP para decidir qual ação tomar. Logo foi identificado um “obstáculo” para contestar a determinação do STF: o atual prefeito é também, em tese, parte beneficiada da decisão, pois fazia parte da chapa de Salvaro em 2012. Mas na prática ele seria rifado. A saída foi fazer o partido assumir a briga.

Para o deputado estadual Joares Ponticelli, presidente do diretório estadual do PP, a sigla irá entrar com recurso na Justiça para contestar a decisão do STF. Informou que os advogados estão estudando o processo e juntando material. Em Brasília, o diretório nacional do partido já acionou os advogados, que agora trabalham para que Levandowski “reconsidere” a decisão.

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Aliados do prefeito cogitaram a possibilidade de Salvaro não assumir para um segundo mandato de dois anos, pois assim ele não poderia concorrer em 2016, ano em que disputaria por mais quatro anos à frente da prefeitura. Ele ainda está refletindo sobre a possibilidade.

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Durante a tarde desta sexta-feira, Búrigo não atendeu o telefone para comentar o caso.