As medidas da prefeitura para dar mais segurança aos terminais urbanos são incertas. A decisão de contratar vigilantes armados para monitorar os espaços esbarra na legalidade da situação. A dúvida foi levantada durante uma reunião entre o Seterb e o Consórcio Siga ontem à tarde. A ação, que seria adotada inicialmente nos terminais da Fonte e do Aterro, faz parte do conjunto de medidas anunciado segunda-feira que busca melhorar a segurança de funcionários e usuários do transporte coletivo. Um advogado foi acionado para apurar o que diz a lei sobre a presença de profissionais armados em locais públicos, mas ainda não há data para que o assunto seja retomado.
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Nos terminais do Aterro, Velha e Fonte o sentimento é de insegurança. Quinta-feira passada um motorista e um cobrador foram agredidos no Aterro enquanto trabalhavam. Outros profissionais contam que a situação é ainda mais crítica nos sábados à noite e que grupos de até 20 pessoas entram no terminal sem pagar passagem.
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– Não nos sentimos seguros aqui. Eles entram e dominam o espaço. Ficamos de mãos atadas – desabafa um motorista que tem medo de se identificar.
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Apesar da contratação dos vigilantes estar indefinida, a prefeitura mantém a decisão de implantar novas bilheterias no terminais da Fonte e Aterro, embora não especifique data. De acordo com o diretor de Transportes do Seterb, Lairto Leite, as estruturas devem impedir a entrada irregular das pessoas, já que haverá controle em todos os acessos. Atualmente há bilheterias em apenas uma das pontas dos terminais.
O diretor da pasta estima que até o fim do semestre as novas bilheterias estejam funcionando. Neste momento a autarquia estuda como será feita a implantação das estruturas. A possibilidade é de que sejam usados contêineres similares aos da Oktoberfest.
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No Terminal da Velha motoristas e cobradores questionam o porquê da segurança ser reforçada em apenas dois pontos. Com receio de se identificar, uma das funcionárias revela que já foi agredida durante o expediente no fim do ano passado:
– Não acho justo só dois terminais receberam essa segurança. Não somos só nós (funcionários) que não nos sentimos seguros, esta situação é ruim até para os passageiros.
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Ciente de que possa ocorrer a migração da criminalidade para outros terminais ao impossibilitar o livre acesso de grupos com a implantação de mais bilheterias, Leite explica que a intenção é expandir a medida aos demais bairros.