O ex-deputado federal Décio Lima (PT) está em meio a uma disputa com o senador Dário Berger (PSB) pela indicação de candidato a governador na frente de esquerda em Santa Catarina. Caso seja o escolhido da chapa, no entanto, o petista já tem simpatia por um nome para ser o possível vice: o ex-presidente da Assembleia Legislativa, Gelson Merísio (Solidariedade).

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Décio diz que Merísio se colocou à disposição para compor a majoritária, mas que tem falado ao ex-presidente Lula que considera a candidatura de Décio o melhor caminho para a chapa em SC — posição que os partidos confirmam.

Décio e Merísio já visitaram Lula e divulgaram fotos com o ex-presidente por duas vezes nas últimas semanas, em meio a esse processo de indefinição da candidatura em SC.

Na prática, a intenção de Décio repetiria uma dobradinha ao estilo Lula e Geraldo Alckmin, unindo um nome da “esquerda raiz” e um vice de perfil moderado, mais conhecido do eleitor de centro e até da centro-direita.

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Partidos de esquerda se dividem entre apoiar Décio e buscar consenso entre PT e PSB em SC

— Ele também seria um bom chuchu para mim. Não sou Lula, mas sou Lima, também dá um suco delicioso — brinca Décio, em referência a uma fala de Alckmin e comparando Merísio ao futuro candidato a vice de Lula.

Quando se filiou ao PSB, o próprio Alckmin ironizou o apelido ao dizer que “lula com chuchu” se tornaria um “hit da culinária”.

Merísio não atendeu à reportagem para comentar a possibilidade. Mas o que reforça a eventual dobradinha é que o próprio Solidariedade vê com bons olhos uma possível candidatura de Décio com Merísio de vice. O presidente da sigla em SC, Osvaldo Mafra, diz que o ex-deputado estadual estaria disposto ao projeto se os partidos decidirem por isso.

Bolsonaro diz que só deve participar de debates eleitorais no segundo turno

— O Solidariedade topa, sim [ter Merísio como vice de Décio]. Queremos é construir um projeto que nos leve ao segundo turno — afirma.

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Apesar da fala, Mafra diz que Merísio também poderia não ser candidato ou concorrer ao Senado, embora “empurre” a vaga ao dizer que ela seria “prioridade de Dário”, por já ocupar uma cadeira de senador.

Solidariedade pode defender Merísio

Merísio e o Solidariedade têm defendido abertamente o nome de Décio como candidato da frente de esquerda. O nome de Merísio na cabeça de chapa, como candidato ao governo, só deve ser defendido com mais ênfase pelo partido caso PT e PSB decidam lançar Dário Berger como candidato.

— Ninguém pode esquecer que Merísio, mesmo com Bolsonaro a todo vapor, fez 31% dos votos válidos no segundo turno (em 2018). A segunda candidatura que achamos que pode ser promissora e que possa dar também essa chance de ir ao segundo turno é a de Merísio. A candidatura do Dário passa a ser, perante o apoio da população, a terceira candidatura, na nossa visão — afirma Mafra.

O PSB, que tenta emplacar a candidatura de Dário ao governo inclusive com o apoio de Alckmin, afirma que apesar da relação de Décio e Merísio, “não foi discutido” na chapa possível candidatura de Merísio ou o papel dele na aliança. Atualmente, os partidos de esquerda em SC se dividem entre apoio a Décio e a espera por um consenso entre PT e PSB.

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